terça-feira, julho 22, 2003

já plantei três pés de abricó por três motivo: eu gosto do fruto: minha avó materna o apreciava e paulo morgado que morreu na última quarta-feira o estima como também ao pinho-de-riga, madeira já extinta mas de grande beleza. e nestes gostos e sabores caminhávamos em únissono.

na quarta-feira quando praticamente desembarquei na reitoria encontrei lamarão que me avisou: paulo morgado morreu. vamos ao enterro? meu deus! dentro em breve não suportarei retornar à cidade de meus amores. é só lá chegar e saber de amigos que morreram ou estão para morrer. e tenho medo de ser a sobrevivente de uma geração que sabia de amizade, companheirismo, cumplicidade, muito amor e profunda honestidade.

ao chegar ainda agora em casa fui olhar o pé de abricó que ainda está crescendo e não deu frutos.
chamei-o de paulo morgado e passei os dedos nos castiçais de pinho de riga que ele fez para mim. nina , carlos alberto, lamarão, tantos tantos tantos amigos que pena. paulo fois-e embora muito cedo. de uma pneumonia. que doença tão banal para acabar com um ser estupendo.

não porque está morto tornou-se estupendo. mas porque sempre o foi e durante a vida deixou para nosso tato e nosso sabores sua capacidade de inventar o inconcebível. paulo paulo hoje vi uma estrela vermelha vermelha no céu,na sexta estava num bar da moreira cezar com carlos alberto falando sobre você e sobre nina e sobre a ana e sobre a beatriz. e ainda agora estava revendo as coisas de que você gostava e eu aprecio. paulo paulo. paulo paulo. paulo.

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