sexta-feira, novembro 27, 2020

 para não esquecer


foi num tempo. nem lembro data, mas os fatos. zé vicente retornava da europa onde fora aproveitar o prêmio moliere, ganho com a peça hoje é dia de rock. leila diniz, arduino colassanti estavam na fazenda do zé kleber, sempre, nas folgas da filmagem de "como era gostoso o meu francês". às noites, quandos zé kleber não abria um restaurante que possuía em parati, onde a cozinheira cantava com voz de carmem miranda, eu lia "por que lulu bergantin não atravessou o rubicão" . olhava o rio correndo em baixo da janela do hotel. era o rubicão.

uma árvore antiga caíra na fazenda do zé por sobre o rio e a gente, digo a gente, a leila, o povo todo, sentava lá em êxtase, olhando a ebulição da água, a pressa em não se repetir. minha bainha da calça descosturou, eu péssima com agulhas, tão sem importância, o zé vicente costurou. rubens rocha, a gente sentava na varanda, nos quartos, onde cabia, e depois eu retornei para os gregos, estava com hesíodo.

me cismava era que no quilombo independência um fio de arame que corria sobre o telhado de uma casa fazia o rádio ter som. sem pilhas, sem eletricidade. que eletricidade? naquela altura de espaço, num quilombo de parati. ficávamos o zé kleber e eu esperando o povo ganhar confiança. era matéria para o jb, sobre o quilombo que precisava fazer. de qualquer maneira estava um tempo por parati. quem sabe a repressão esquecia de mim?

esta a intenção. saí de casa deixando marly medalha reclamando muito. -pelo menos um carro o jornal podia mandar pra te buscar. em vez de ir de madrugada nos ônibus.
-marly, explicava , é pra ninguém saber.
combinei no fim do ponto com o motorista de parar lá em casa, menos arriscado. bem que naquele tempo risco não tinha. e ele parou, marly não deixava que eu fosse. o ônibus esperando. levei uma estrofe de bolo . pois toda a comida que ela me deixava era feita de tercetos, estrofes, quartetos, alexandrinos épicos. e eu lá no bem bom de parati visitando as 365 ilhas da baía de ilha grande de cabelo colorido de preto, calças de riscas.

foi assim que aprendi no quilombo não ser preciso lei e ordem para que uma comunidade se relacionasse. ela é intrínseca ao vivente. sem chefe, sem polícia, todos iam cedo para o trabalho e plantavam, na colheita trocavam mandioca por feijão.as festas sagradas eram misturas de latim com banto. zé kleber e eu, enquanto esperamos por caintinias. e ele veio, era o mais antigo, mais vivido, com experiências. e todos os ouviam e nós também.

só de menos evitando o contato maligno com o branco.nós ficamos exceção, ganhamos cor negra.

antes que esqueça, conto uma vivência temendo desconectar da vida. conto para eu mesma lembrar de como foi bom de como é bom viver. principalmente quando se caminha por um fio na beira do abismo. e sabe que nunca cairá por ter as medidas , talvez das mãos amigas.

pra situar, agora me situo, eu já havia sido presa em são paulo e solta, tivera meus problemas físicos e mentais, causados pelo horror e medo e já engatinhava de novo na vida. lembro, lembro, devia estar terminando a década de sessenta e iniciando a de setenta. quando os sonhos encontraram o entrechoque da realidade. foi quando o telex do jb anunciaram que eu estava morta. aí para evitar que fosse matada me esconderam na fazenda do Zé Kleber onde havia uma bela plantação de papoulas.  não morri daquela vez mas, há 5 anos, ao vender a casa do vale e precisei da certidão de divórcio foi descoberto que eu estava morta. a polícia civil do rio então me localizou entre mortos. aí fui ressuscitada. documentos refeitos. mas que agonia!

domingo, novembro 23, 2014




Olhos maduros como frutas
marrons em sumo salgado
que não vazam , resistem.
O sol antecipa a memória
rasgada tão exibe que cala
passas escorrem da boca
Outrora uva antes do possível
edulcorar das ondas pensas
sobre o momento de cair
o gesto não concluído, a asa
parada pende no voo estático
mediação de si para consigo
hipótese em andamento é
síncope da perspectiva
da ponte interrompida.



Para meu amigo Antônio Lazzuli.




Conduzida em Dante Alighieri- Vita Nuova



Em tua côncava mão qual meia esfera,
repousa um lasso suspiro de vida nova
a peregrina pousa nela sem gravidade
um doce nome no olhar inscrito: agora
a alegria era estrita em versos d’ alma
com suspiros de martírio e dulçor de dor
e tal nome não era dito qual se palavra
queimasse brasas em gentil alma e valor
exatas três horas brilhavam como estrelas
e Beatriz aguardava o prometido, medrosa
temente de qual palavra seria na vida sentido
o primeiro de seus amigos que lhe enviara
o anúncio da amizade iniciada fez um soneto
onde tudo o não dito em tintas desvanecera.
Esther Lucio Bittencourt





É justa a causa
De olhar pingo d'água
Que não pode pingar.

licença poética






a canção de lá é onde
os poetas se cabem
ou confundem
são desafinados
assunto de vadios
mas creem supor que
licença poética é não
saber pontuar e usar
emoções e fótons
se o poeta é frágil
tem o poder da imagem
na ponta da língua
não convive com o real
se embaralha ; cria letra
onde transita e ignora
do conviver o básico.
elege o abismo e o vago
sem saber se agora é agora.

Um poema .











Maria Regina Moura, para você.
O grão do tempo da palavra
Evoca tática de passagem
No contorno da amizade
Há um verbo sem resposta
No refazer de cada sílaba
A proposta; colheita sentida
Do vívido outrora no agora
Esta perfeita união de tema
Tão forte: o fim do viver
A vida;mas amigas além da morte.

sábado, outubro 18, 2014

SENHORA DO TEMPO







TRIBUTO À COLA BRANCA

Escreve Vera Guimarães


Aprendi recentemente uma técnica fantástica para quando preciso fazer uma manicure doméstica de emergência: passo cola branca ao redor da unha, espero secar, passo o esmalte, espero secar, aí vou retirando cuidadosamente a película de cola. Pronto! A unha está com acabamento perfeito, sem precisão de muita acetona no algodão nem de habilidade para não borrar o serviço.

Daí comecei a me lembrar das colas da minha infância e de lá pra frente

Na casa da minha infância, década de 1940, transição entre o rural e o urbano, eu tinha notícia de que se colavam pés de pintos e galinhas com clara de ovo (?), trapos e tala. No meu grupo escolar dessa mesma época, quase não se usava cola. Os livros eram para ser lidos, cuidados, guardados e passados para os irmãos mais novos. Os cadernos eram para anotações. Só de vez em quando precisávamos de cola, fosse para ajustar uma capa de caderno, ou remendar uma folha de precioso livro (todos os livros eram preciosos), quando entrava em curso complicada operação: recortava-se tira de papel de seda, a ela se aplicava certeira camada de cola – nem tanto que derretesse o papel de seda, nem pouco que não aderisse -, juntavam-se as partes da folha rasgada com o máximo de precisão para continuar legível, ficava-se de vigia aguardando a secagem, alisando a folha para que não “encorungasse” e cuidando para que não encostasse e colasse outra folha. Minucioso, né?  




E que cola era essa? Ah, era feita em casa, no fogão, uma mistura de água e farinhas variadas, e as mais nobres, de polvilho. Dependendo da textura, era grude, goma ou cola. E tinha muitos outros usos, além do escolar. Os meninos a fabricavam na rua mesmo, com alguma lata servindo de fogareiro, e depois usavam o grude para prender o papel nas varetas dos “papagaios”, que alguns chamam de pipas, e também para colar as figurinhas de jogadores de futebol, bandeiras e artistas de cinema em cobiçados álbuns. 




Já no ginásio (ensino médio), década 1950, usei cola para fazer os queridos sólidos geométricos – cubos, pirâmides, cilindros... Não consegui aprender Matemática e sua Geometria, mas adorava construir esses objetos.

No caso das meninas, nessa década, para manter volumosas e espetaculares nossas amplas saias rodadas, usávamos anáguas, saias internas de morim, algodão ou entretela, endurecias a poder de goma e ferro de passar. Falei disso na crônica Roupas de Estimação: “Sinto o peso das anáguas engomadas, peso no corpo e na consciência, já que nunca era eu que as engomava, mas minha mãe.”
Cola memorável, que ainda hoje, mais de 50 anos depois, ainda me aparece como amistoso fantasma, é a goma arábica dos Correios, em lindo vidro no formato do Pão-de-Açúcar, mas bem melequenta.  
Depois disso, o progresso no ramo colístico se acelerou: cola branca, cola em bastão, araldite, durepox, superbonder, fitas gomadas, fitas gomadas double-face... até chegarmos à perfeição do COPIAR E COLAR. Voilá!

Ué, e o tributo à cola branca? Ah, sim, disso não me esqueço! 

Pareço uma boa mãe, só pareço, já que num dia atarefado, precisando manter distraída a filha de três anos, não hesitei: passei cola branca nos dedinhos dela, o que ela adorava, para se deliciar tirando as películas secas. Eeeeeba! me garanti meia hora sem interrupções!  



quinta-feira, agosto 01, 2013

Max e os Felinos ou a Viagem de Pi




Li de um vezada Max e os Felinos de Moacyr Scliar. Já havia visto o filme A Viagem de Pi, baseado no livro do mesmo nome ,do canadense Yann Martel.

 Na introdução de seu livro Scliar fala sobre como as idéias estão à solta e que não há propriedade intelectual sobre elas. Que nada se cria, tudo se transforma e copia.Cita o livro a Angustia da Influência de Harold Bloom, que releio sempre que possível.

No entanto, ao ler o livro de Scliar , que estava esgotado, reencontrei imagens, que não são mera coincidência, da Viagem de Pi.

Martel confessa que teve a ideia de escrever seu livro após ter lido uma resenha desfavorável sobre o livro de Scliar, editado em inglês e francês, feita pelo autor Jonh Updike. Argumenta que a proposta do livro, muito boa, fora escrita por um autor menor.

Ora bolas! Quando uma crítica é desfavorável quem lê o livro? Ao que eu saiba, ninguém.

Moacyr Scliar interrogou  seus editores sobre a resenha, que não havia recebido e ela não foi encontrada em jornal algum.

Yann Martel apossou-se descaradamente não só da imagem de um jovem náufrago perdido num escaler em auto mar acompanhado de um grande felino. Ele pegou todo o sentido do livro e, com ele escreveu o seu. 

Se isto não é apropriação intelectual indevida, poderei assinar, com certeza "as armas e os barões apunhalado/ que da oriental praia lusitana/ por mares dantes inavegados/ ultrapassaram além a Trapobana" sob o argumento de que peguei apenas o sentido geral e modifiquei algumas palavras ?




quinta-feira, julho 25, 2013

o som das palavras organiza o mundo

como a história começa ela começa assim: mudei de niterói para caxambu. concluía ainda alguns acabamentos na casa e a luz ainda não chegara. mas eu já morava na casa e ela estava com sua respiração em mim. então, às noites, durante uma hora era aceso o lampião de gás e eu manuscrevia esta história feita de uma visão inaugural das gentes e da terra. à noite as coisas ganham um toque de irrealidade, um movimento aparece, os gestos ganham vultos desproporcionais quando a fraca luz os projeta como sombras nas paredes. ousaria até afirmar que este é um escrito de sombras, tal a confusão que os grilos, quando cantam lá fora mais o silêncio quando eles se calam, provocam na mente acostumada que era aos carros roncando nas ruas, às sirenes, buzinas, uma porta que bate, o elevador geme na subida, vozes altas, os sussurros, tudo o que ficou no passado e refletem no silêncio do presente , até na delicadeza da chuva que pede licença para lavar as telhas. a primeira conhecida que fiz aqui tem a mania de cutucar a pessoa com quem fala e a cada frase vir com o refrão, pois é, não é mesmo? foi do hábito dela que saiu a vontade de consultar os sentimentos alheios e do meu ângulo escrever cada história. hoje, mais de vinte anos passados já nem sei mais se sou a casa. aprendi quitandas e a amar a respiração das paredes. quando elas espirram digo saúde e quando os cachorros latem lá fora lembro que a vida transcorre na noite quando o céu se avizinha da bisbilhotice com seus insaciáveis olhos. o tempo passou e ainda escrevo com certa nostalgia de sabores, afetos e este insistente som de palavras a ecoar pela casa. mesmo agora, quando só, sinto o silêncio na tentativa de formar frases. na verdade, o som das palavras organiza o mundo. esther lucio bittencourt

quarta-feira, julho 24, 2013

VARAL DE POSSÍVEIS









ontem saiu meu livro , ebook, pela Saraiva e Sciliano: Varal de Possíveis. São poemas. Meu amigo Carrano, que tem alma de poeta, apesar de recursar o fato, diz sempre não entender poesia. Mas, quando ele escreve, somos abençoados com a delicadeza com que aborda as palavras, estas, cruciais e fundamentais para a comunicação. Meu amigo Carrano é poeta assim como os meus demais amigos. Caso contrário, como conviver comigo neste mundo de luas? http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/4990496/varal-de-possiveis.

Quem desejar ler é fazer download e pronto. O preço, ah!  2,99.



segunda-feira, julho 22, 2013

Varal de Possíveis

Varal de Possíveis, meu livro, está com o status de publicado no site da Saraiva. Em 72 horas, como fui informada, estará sendo vendido com a chancela da Saraiva e da Siciliano.

sexta-feira, julho 19, 2013

O CASO DO BIGODE




Esther Lucio Bittencourt


Tem pra mais de 50 anos o caso do Vicentinho. 
Era um tal galorote de barba mal despontada que avisou que a bela mulher de saia remexendo os quadris descia a rua com a criança na mão. 
Vicentinho já estava sentado na cadeira do barbeiro. Àquele um que ficava na esquina da rua mais movimentada da cidade de poucas almas.
Hoje finou.
Então o galorote , todo empinado , que ia receber as pagas do bicho que seu pai botava banca, no tempo do tudo permitido, colocou o pé na parede da casa,  como os homens faziam,  repousou as costas nela, de frente para a calçada , e acompanhou a andada da mulher . Avisou pra dentro da barbearia que parece que ela está vindo nesta direção .
Vicentinho deu um salto até a porta da barbearia, com risco da tesoura de mestre Aroldo fazer estrago no seu cultivado bigode e, com meia cabeça para fora , acompanhou o trajeto. Quando viu que era vero, que ela vinha que nem vento balançando a roseira, nos saltos altos, de classe, a mulher, direto em linha reta para o empreendimento, saltou de volta para a cadeira e pediu que o Mestre dos cabelos e bigodes aparasse um fio rebelde imaginário.
Seu Aroldo pegou da navalha com a mão trêmula, para fazer a cena mais convincente, e fingiu que acertava as penugens que nascem entre o bigode e o nariz. Belo bigode,  dizia a cidade para o maior garanhão que vivia pelas paragens. Vicentinho, sempre de calça esporte e paletó fino já havia provado de um tudo dos sabores femininos, dizia garboso.
A mulher entrou na barbearia e perguntou pro mestre   se ele atenderia mais alguém além do homem sentado na cadeira pois trouxera seu filho para cortar o cabelo.
Coisa de pouca monta a fazer nesta barba, garantiu mestre Aroldo.
A mulher sentou na cadeira, cruzou as pernas justo em frente ao espelho onde estava a cadeira do Vicentinho e onde o mestre esmerava em apontar os fiapos.
O nervoso foi sentido até na cidade vizinha. Mestre Aroldo raspou de um só golpe metade do bigode cevado do Vicentinho.
Ar parado, nem suspiro dava para ouvir. Mas nenhum deles tirava os olhos das pernas da mulher. Mulher de família, letrada, pois que ensinava o alfabeto para a criançada da escola. Muito digna, isto sim. O que não impedia a beleza das curvas e das retas.
O Galorote, atento ao movimento, reteve a respiração: Vicentinho com meio bigode!
Mestre Aroldo fez o que fez , mas precisou rapar tudo. Nem um só fio restou no rosto do Vicentinho que, cabisbaixo de vergonha da cara nua, saiu da barbearia.
Enquanto cortava o cabelo do filho da mulher Mestre Aroldo pensava: este nunca mais que vem aqui e é bom cliente.

Dia seguinte, Mestre Aroldo abre a porta do empreendimento e logo chega Vicentinho que todas as manhãs tinha um fio rebelde de bigode para aparar, mas, desta vez, glabro. 
Apertou a mão do Mestre e disse , voz de baixo: Foi justo, foi  justo.


quarta-feira, maio 08, 2013






Vou te contar uma coisa.



Um dia fui criadora de cavalos. Até ontem, precisamente. Eles eram igual a mim e eu igual a eles.
Minhas narinas fremiam junto com as deles quando disparavam descendo e subindo montes e, então sim, eu sabia que voava com meu corpo colado ao de cada um, o mesmo suor, os mesmos pelos, os músculos que se confundiam ; minhas quatro patas calçavam os cascos que usam e a força da pulsão corria em nossas veias.

Ontem nem desejei vê-los. Nunca mais. Eu os negociei, nada de ganho; tudo perda, mas a certeza de que estarão amados como os amo, cuidados com a mesma ternura com que lhes oferecia o capim mais macio colhido por mim. Meu corpo é um copo que tombou sobre a mesa e, por isto, a água escorreu ; não corremos mais.

O caminho é solo. Cantarei as músicas do vento para lembrar que um dia nós nos montamos e acarinhamos nossos pelos que agora, para que vocês fiquem bem, vestem a memória do que foi prazeroso , delicado. Mais humano que a humildade que sustenta o hálito de vocês quando achegavam seus rostos no meu.

Adeus.

sexta-feira, abril 26, 2013

FÓRMULA HOMEOPÁTICA PREVINE E TRATA GRIPE SUÍNA



NOVO PROTOCOLO DA GRIPE SUÍNA ELABORADO PELA DRA. ANA TERESA DORIA DREUX

 “Antiviral Tamiflu não é suficiente para combater um dos tipos de gripe suína”, mostra estudo de especialistas australianos. ( O Globo , março de 2013 ).

 A Profa. Dra. Ana Teresa Doria Dreux, Livre Docente de Clínica Homeopática da UNIRIO, Vice-Presidente do Instituto Hahnemanniano do Brasil, que desenvolveu uma fórmula homeopática contra Dengue, posta em prática e devidamente aprovada, trabalhou elementos para a prevenção e cura da gripe suína. No final desta matéria, você encontrará a fórmula e a explicação sobre cada elemento usado.


Ana Teresa Doria Dreux  


OTIMISMO

 A Dra. Ana Teresa deixa uma mensagem de otimismo a todos: “cultivem a alegria, apanhem sol, deixem o ar e a luz entrarem em suas casas e mentes e tenham confiança na Homeopatia. Não há nada que se compare ao nosso sistema imunológico quando bem estimulado, pois é VIVO. Alimentação rica em verduras, frutas, gengibre, alho, cítricos, água e água de coco. Evitem ou administrem o estresse, pois como dizia um nosso professor: ” a emoção é dona da vida.”"

 Informa a médica que a Influenza A ou gripe H1N1 atingirá de forma mais grave as pessoas que tem asma, os imunodeprimidos como os que tomam medicamentos como corticóides, os subnutridos, os aidéticos , e as grávidas pelas condições especiais a que fica submetido o organismo durante a gestação.

 "O contágio da gripe realmente é perigoso, e esta pode evoluir para formas pneumônicas, pois moramos em grandes centros populacionais onde circulamos em contato com centenas de pessoas por dia. Não deixe se levar pelo pânico, evite ambientes fechados com ar refrigerado, pratique muita higiene, use álcool gel, principalmente quando tocar em dinheiro, maçanetas de portas, banheiros públicos.

Evite comida que fica exposta em vitrines. Sugiro também, como fazem os indianos, deixar os sapatos na entrada da casa e circular com um chinelo ou um sapato só para uso interno. Se for guardar o sapato no armário, limpá-lo com papel toalha embebido em álcool, especialmente a sola. As ruas são muito sujas."


 

RESULTADOS 

A Dra. Ana Teresa já acumulou resultados de cura da gripe e da prevenção da mesma com a fórmula homeopática que desenvolveu além de esultados obtidos também contra Dengue. E é ela quem nos conta sua experiência.

 "Como fiz com a fórmula Dengue, que costumo administrar no início do verão, todos os anos, a partir do inicio de Maio, determinava que se fizesse a prevenção da gripe sazonal nos funcionários do Instituto Hahnemanniano do Brasil com o Influenzinum 200 CH, uma vez por semana, medicamento preparado a partir de vacina para gripe do Instituto Pasteur.

A prevenção da sazonal tem sido testada há anos nos funcionários do IHB clientes, família, etc.Tivemos bons resultados, pois nossos funcionários não pegavam gripe apesar de circularem no IHB, cerca de 1000 pacientes por mês, muitas delas gripadas, no Ambulatório Escola e na farmácia, além de lá freqüentarem alunos da graduação da UNIRIO e alunos dos cursos de pós-graduação em Homeopatia.

Quando surgiu a gripe suína em 2009, resolvi incluir o Aviarium, preparado a partir da tuberculose Aviária, visto que esta gripe ataca mais os pulmões. Foram tomados os dois medicamentos por seis semanas pelos funcionários e suas famílias e ninguém contraiu nenhuma gripe.

Não há risco de se tomar esta tuberculina na potência 200CH e só uma vez por semana, como prescrevi, pois que é recomendado até para crianças que se resfriam com facilidade, ou tiveram pneumonia, abrindo o apetite e melhorando a imunidade.

No ano de 2013 incluí o Oscillococcinum, criado por um médico Francês a partir de bactérias existentes no coração e no fígado de uma espécie de pato e comprovou-se que tem o poder de levantar a imunidade contra Influenza, alias medicamento homeopático campeão de vendas na Europa.

Quanto à fórmula para tratamento, recebi em anos anteriores telefonemas de pessoas com a gripe confirmada que não tinham feito a prevenção e se curaram muito rapidamente com a fórmula, outros com sintomas, mas sem a confirmação laboratorial, e que também tiveram excelente e rápido resultado.

Este tratamento de prevenção não tem nada a ver com o Tamiflu.
São medicamentos diluídos em potências centesimais, pelo método criado por Samuel Hahnemann há mais de 200 anos e não combatem o vírus, é o paciente que o combate pela ação do semelhante, isto é, despertando nele uma reação imunológica à doença específica."  

PEQUENA HISTÓRIA DA GRIPE NO MUNDO 

 "Quanto à semelhança com a gripe espanhola, ainda são conjecturas.
É bom lembrar que nesta época o mundo em 1918, saía da primeira guerra mundial com milhares de cadáveres insepultos, falta de alimentos, terror, e havia uma depressão mental e econômica como uma grande nuvem negra sobre a população da Terra.

Aqui no Rio, os mais abastados migravam para suas fazendas e lá ficavam por alguns meses. Lembro que antibióticos não existiam e as pneumonias raramente não eram fatais.

No entanto, a Homeopatia teve aí seu momento de glória quando o medicamento que se usou foi o Gelsemium, (lembro que é um remédio de ansiedade e medo) além de excelente estimulante do sistema imunológico contra vírus (é um também um dos componentes da fórmula contra a dengue)."  

 "FÓRMULA PREVENÇÃO DA GRIPE 

(adultos e crianças de qualquer idade) 1) Aviarium 200CH/ Influenzinum 200 CH/ Oscillococcinum 200CH/ aã, 15 ml, Alcoolatura a 70%. (assim dura por tempo indeterminado) ou glóbulos, 12g Para pessoas intolerantes ao álcool, crianças ou grávidas mandar veicular em glóbulos Tomar 6 gotas com um pouco d’água ou 6 glóbulos . Crianças bastam 3 glóbulos. Deixar por alguns segundos sublingual. Evitar escovar os dentes e tomar café e substâncias de gosto ativo por 20 minutos antes e depois da administração do medicamento. Não coloque- os perto de celulares, computadores e TV. FAZER ISTO UMA VEZ POR SEMANA POR 6 SEMANAS.  

FÓRMULA TRATAMENTO DA GRIPE 

 Aconitum napellus 5Ch / Antimonium tartaricum 5CH/ Bryonia 5CH/ Belladonna 5CH/ Baptisia tinctoria 3CH/ Gelsemium 5Ch/ aã / glóbulos, 24g.ou 30 ml se for em gotas .(Como preferir) Aos primeiros sintomas de gripe começar a tomar a fórmula.

Se houver CALAFRIOS, tomar 4 glóbulos de 15/ 15 minutos por 4 vezes. Seguir com 4 glóbulos de 1/1 hora, espaçando as doses na medida que melhorarem os sintomas. Enquanto estiver gripado, suspender a prevenção.

Para os bebes pequenos, os glóbulos devem ser diluídos com 1 colherinha d’água para facilitar a administração e evitar engasgos . Os maiores já podem chupar os glóbulos.
AS GRÁVIDAS PODEM E DEVEM TOMAR de preferência em glóbulos para evitar o álcool. Diabéticos devem evitar os glóbulos, pois são feitos de sacarose, açúcar de cana.
Obs.: Os medicamentos não devem ser colocados perto de computadores, TV ou telefones celulares. Os glóbulos devem ser dissolvidos lentamente na boca.  

AS PESSOAS QUE NÃO PODEM INGERIR ÁLCOOL PODEM FAZER TODOS OS MEDICAMENTOS EM GLÓBULOS.

Sugiro tomar vitamina C para reforçar a imunidade: 500 mg. uma vez ao dia para adultos. Crianças consultar o pediatra.

BASEADA EM QUE INFORMAÇÕES A FÓRMULA FOI ELABORADA 

A fórmula foi elaborada de acordo com os sintomas veiculados na mídia no final de Maio de 2009: - 

Aconitum, (começo rápido, calafrios, sede intensa, febre alta com inicio súbito, ansiedade com medo da morte); 
- Antimonium tartaricum (opressão no peito com tose e expectoração espessa e difícil de ser eliminada, doente torporoso, pneumonia); 
- Bryonia (dores intensas no corpo e articulações, prostração, dores como em facadas no pulmão, tosse incessante, falta de ar, pneumonia); 
- Belladonna (dor na garganta, com secura e vermelhidão, febre muito alta e contínua, dor de cabeça congestiva, irritabilidade); 
- Baptisia tinctoria (febre rapidamente elevada, congestão da face, prostração física e mental, sensação geral de quebradura do corpo, sufocação, dispnéia, calafrios nas costas, sensação de que a garganta vai fechar, com dificuldade de engolir líquido, pode haver diarréia); 
- Gelsemium (estados inflamatórios e infecciosos com ansiedade e medo, cefaléia congestiva, músculos respiratórios enfraquecidos com lentidão da respiração, fraqueza muscular e prostração intensa). 

Por estes sintomas relatados na matéria médica homeopática, percebi que cobririam a totalidade dos sintomas da nova forma de gripe, relatados na mídia. 
Claro que existem quadros graves, onde há edema agudo do pulmão, que a fórmula pode evitar se tomada logo nos primeiros sintomas. 
Existem remédios mais específicos para o edema pulmonar, mas nestes casos há que se fazer uma prescrição orientada para isto, com outros componentes, que não achei necessário colocar na fórmula, pois ela visa que o doente não atinja este estado de gravidade.

Deixo claro que este é o fruto de minha experiência e que de forma nenhuma a homeopatia mascara ou impede que qualquer tratamento alopático seja prejudicado. Deve-se procurar sempre seguir as orientações de seu medico particular, procurando os serviços de saúde quando os quadros se mostrarem graves ou os sintomas não responderem a Homeopatia. " 

Profa. Dra. Ana Teresa Doria Dreux. CRM-RJ: 5233019-0 Livre Docente de Clínica Homeopática da UNIRIO Vice Presidente do Instituto Hahnemanniano do Brasil anadreux@oi.com.br - contato@ihb.org.br - farmacia@ihb.org.br www.ihb.org.br Farmácia IHB: 21 -2215--8482



domingo, abril 14, 2013

o encantamento de lily dahl

"Acho que a vida nao eh feita tanto do que acontece como do que voce imagina acontecer, do colorido que voce dah aos acontecimentos." Siri Hustvedt

terça-feira, abril 02, 2013

A mirada em cicatrizes, parafraseando Nora Borges

por causa de Nora Borges. É necessário alguma força que anule a inércia. E Nora Borges de Cicatrizes da Mirada e Língua de Mariposa, títulos belos, hoje me soprou e resolvi continuar aqui um pouco das memórias que me povoam nestes últimos dias. Contarei sobre Betinho. Nos encontramos em Recife para um Congresso de Jornalismo. Não que tivéssemos marcado que nos conheceríamos. Mas nos conhecemos. Foi imediata a instalação da amizade. O congresso decorria num colégio de freiras. Procuro lembrar o nome do colégio e é em vão. Caso continue a forçar a memória paro de escrever. Em frente, sem detalhes. Combinamos nos encontrar à noite em Olinda, num dos bares e sentir a cidade à noite. Cheguei primeiro e tomava meu primeiro suco. Já não podia beber pois usava e uso até hoje remédios controversos ao álcool. Quando Betinho apontou na dobra da visão levantei-me e cantei o Bêbado e a Equilibrista de João Bosco. Elis Regina já havia morrido e pensei:a música foi feita para ele, para os que foram expulsos do Brasil e, agora, no momento da anistia, quando retornam não está viva a pessoa que deveria saudá-los. O bar inteiro e todos os bares em torno, era o circuito deles, todas as pessoas levantaram e cantaram comigo o hino da anistia. Betinho emocionado disse que baixamos a Elis Regina. No dia seguinte tínhamos encontro com o chamado Arcebispo Vermelho, Dom Helder Câmara, que pleiteava e se empenhava pelos menos favorecidos. Ele nos contou dos poços que abria em pontos chaves de propriedades em região de seca e que a água era compartilhada por todos. Era um mutirão de homens, mulheres e crianças procurando água no subsolo do Recife. Encontravam a dividiam. No outro mês o mutirão seria em outra propriedade para atender a mais pessoas agrestinas, mal nutridas que, com a água podiam ter seu plantio e seus animais. O nordestino é um bravo de tristes partidas e esperançosas chegadas, como diz Luiz Gonzaga: Tudo temos de primeira, sim Valor humano Gente honesta e ordeira também (Luiz Gonzaga) Nos presenteou com seu balé dos mundos, que havia escrito. Infelizmente não mais o tenho . Numa época minha casa em Caxambu foi assaltada e cds, livros - ladrão intelectual- também foram levados. Ao final do Congresso Dom Helder rezou missa em praça pública e fez um sermão onde a emoção das palavras nos tomou. Eita arcebispo eirado de de verbos! As noites ficavam por conta de conversas, andarilhadas pela cidade e conjeturas de um mundo melhor. Fim de semana chegado resolvemos passá-lo em Itamaracá com mais uma amiga. E assim ficamos dois dias de sol, peixe, sal e mar. Quando retornamos fui conhecer Maria, sua esposa e entendi o porque , dos irmãos, ele conseguira , magro, sofrido, hemofílico também, sobreviver mais tempo à aids contraída durante transfusão de sangue, sempre necessária. A comida, os chás, os preparos de Maria. O carinho de Maria. E nos encontrávamos sempre, anualmente em congressos, no mais para conversas. Até que um dia, na Reitoria da UFF , recebi seu telefonema: estava com aids. Após o trabalho, à noite, bem noite, fomos a casa dele. Estava bem, todos sorriam e parecia que o mundo não iria acabar. Para mim ele ainda não acabou, realmente. Vai se desfazendo aos poucos. Quantos se foram? Já perdi a conta.

sexta-feira, março 29, 2013

ostras, curto e eu em mim

após 10 dias em florianópolis, na praia da armação, perdi o rumo do mundo. houve dias bem chuvosos e, nestes dias li o livro da isabel allende, os cadernos de maya. a menina drogada e sua convivência com o sub mundo não me impressionou. são histórias que se repetem. me reportava, ao ler o relato à vida de uma cantora que muito aprecio, marianne faithfull que foi casada com mick jagger, visitou o sub sub solo do mundo das drogas e ganhou uma voz grave e sofrida que muito me emociona. o que remexeu minhas entranhas foi a vida em chiloé, foi chiloé,um arquipélago no sul do chile onde maya passou a viver. além do clima interiorano da armação e da praia de matadeiros onde se chega apenas por trilha. no primeiro dia em que acordei em casa para ir ao banheiro bati com o rosto na parede. caminhara na direção do banheiro da casa onde maya ficara em chiloé. demorou para chegasse realmente em caxambu e nem sei se cheguei. mais de dez dias se passaram e ainda me pego ao sol na praia de matadeiros tendo na boca o sabor de ostras e do curto que um grego, dono de uma lanhouse, preparava divinamente com um café que ele disse comprar em belo horizonte, o estrada real. perfeito: no primeiro gole o sabor de gotas de chocolate e no último , idem. não sei por onde ando, sei que estou em mim, mas onde mim está é uma incógnita. "Café Gourmet desenvolvido pela empresa Fino Grão em parceria com o Instituto Estrada Real. Seu layout foi desenvolvido para expor fotos das regiões por onde passa a Estrada Real utilizando a metade superior da face frontal da embalagem e alternando a cada nova tiragem."

quinta-feira, março 28, 2013

Tudo por causa da fal e da clt, voltei a escrever aqui.

a fal azevedo em artigo comenta sobre o pai, os trapalhões as empregadas e os pianistas relacionados com a tal clt que mudou para amparar as domésticas e do espanto que provoca. ora, meu bem, o único espanto que sinto na vida é ter um dia sido regida pela clt, -consolidação das leis do trabalho- onde se tem direitos de décimo terceiro salário, férias remuneradas o escambau, ter passado a ser regida - tem sempre algum condutor desta orquestra maluca em reinado- pela rju - regime jurídico único- portanto com perda de algumas vantagens da clt, como fundo de garantia, etc... para não descontar inss nem imposto de rendas na velhice da aposentadoria e chegar um desdouto em leis e mudar tudo sob a alegação de que o estado falia. e fale. isto me espanta. perder direitos adquiridos. aqui em casa, todos os que trabalharam aqui, foram beneficiados pela mesma lei que me regia: a clt, cuja música eu dançava em demasia , sem receber horas extras. e nem horário de 8 horas precisavam dar, sempre fui da teoria que jornada bem cumprida não necessita de horário. fez seu trabalho, bem feito, pode ir embora . a moça que trabalha aqui hoje, a daiane, sabe disto. no entanto, existem muitos advogados desocupados, assim como existem empregadores que não cumprem suas obrigações, que esperam o funcionário sair do trabalho, o cercam na rua e propõem que ganhem mundos e fundos movendo ação contra o patrão. vivi isto em caxambu. por último, uma pessoa que nunca trabalhou cá em casa pediu judicialmente meio milhão por danos morais. todos perderam as causas, mas precisei pagar advogado. seria interessante que constasse da nova lei que empregado que levasse patrão para o pau e perdesse pagaria o advogado do patrão. é nisto que há paternalismo na clt que parte da premissa que todo empregador é desonesto. quem entra como réu em causa trabalhista já de cara entrega os pontos. no caso do indivíduo que pediu meio milhão de indenização sob a alegação de que cortara as pontas de dois dedos na máquina de picar capim foram mais de dois anos de angústia vividos. o que salvou foi que quando o perito pediu a ele para vir cá em casa e mostrar a tal máquina ele não sabia onde era a casa e eu precisei trazer o perito. também nem sabia onde ficava a máquina. isto constou do laudo. e todas as testemunhas dele se contradisseram e, pasmem, ele não pediu nenhum direito trabalhista. somente indenização por danos morais. suei porque não possuía qualquer recibo. como tê-los de uma pessoa que sequer conhecia? neste ponto a lei deve penalizar o empregado quando também estiver errado. caso contrário hoje, eu mesma entrarei na justiça trabalhista contra a fal azevedo , direi que trabalhei como escrava , escondida dos olhos de todos que iam à casa dela, tipo gata borralheira, e pedirei ressarcimento por meus dias de escravidão. ela precisará traduzir muito mais, garanto. mesmo que eu perca a causa ela precisará pagar ,um percentual, sobre o valor da ação, que a deixara sem os discos do chico buarque. já sugiro advogada para ela. a claudia baracat, que é competente respeita o bolso alheio e ganhou as causas em que fui ré. ai , injustiças deste mundo. como falam alto!

domingo, outubro 14, 2012

Império Serrano 2013 - Samba Vencedor - Paulinho Valença e Parceiros ...



CAXAMBU É IMPÉRIO SERRANO; IMPÉRIO SERRANO É CAXAMBU NA SAPUCAÍ

samba enredo vencedor do carnaval de 2013. conta a saga de Caxambu, cidade do sul de Minas Gerais.


domingo, outubro 07, 2012

O REVÓRVE DO TROPEIRO





O REVÓRVE DO TROPEIRO Piriska Grecco

Seu Delegado eu vim trazer meu revorvinho,
Que eu ganhei do meu padrinho
Quando me tornei rapaz.
Há 30 anos mora na minha cintura,
Escorando a lida dura
De tropeiro e capataz.
Com esse revórve nessas volta do destino
Já salvou muito teatino de apanhar sem merecer,
Botou respeito sem precisar falar grosso,
Com ele muito arvoroço
Não deixei acontecer.
Mas deu no rádio
Que ninguém pode andar armado,
E no rumo do povoado
Eu vim tirando a conclusão,
Que eu fiquei louco ou não entendi a notícia,
Pois pensei que a polícia
Desarmava era ladrão.
"Ô mundo véio, que tá virado,
Seu Delegado, preste atenção:
Vê se devorve o revórve do tropeiro,
Vai desarmar desordeiro
E deixe em paz o cidadão!
" "Ô mundo véio, que tá virado,
Seu Delegado, preste atenção:
Vê se devorve o revórve do tropeiro,
Vai desarmar desordeiro
E deixe em paz o cidadão!"
Seu delegado, se um ladrão bater na porta
Devo fugir pela outra?
Me "arresponde", sim senhor!
E se um safado me desrespeitar uma filha,
Quem vai defender a família
Do homem trabalhador?
É muito fácil desarmar quem é direito,
Quem tem nome e tem respeito,
Documento e profissão,
Muito mais fácil que desarmar vagabundo,
Desses que anda pelo mundo fazendo mal-criação.
Pra bagunceiro
O País tá encomendado, povo tá "desdomado"
E quem manda faz que não vê,
Nosso governo,
Quem tem que prender não prende,
Não vigia, não defende
Nem deixa ser defender!
"Ô mundo véio, que tá virado,
Seu Delegado, preste atenção:
Vê se devorve o revorve do tropeiro,
Vai desarmar desordeiro
E deixe em paz o cidadão!"
"Ô mundo véio, que tá virado,
Seu Delegado, preste atenção:
Vê se devorve o revorve do tropeiro,
Vai desarmar desordeiro
E deixe em paz o cidadão!"
"Vê se devorve o revorve do tropeiro,
Vai desarmar desordeiro
E deixe em paz o cidadão!"



quarta-feira, setembro 05, 2012

LIVRO RESGATA A OBRA DE MAESTRO MINEIRO AGRACIADO POR DOM PEDRO




Esther Lucio Bittencourt




Vista de Baependi. Foto conseguida por volta de 1800- Foto google


O final de semana - dias 6 e 7 de dezembro de 2003 - marcou o resgate histórico e musical da obra de Francisco Raposo (1845-1905), maestro baependiano que viveu no século XIX e que foi condecorado pelo Imperador D. Pedro II.

O projeto foi uma realização da Fundação Baependiana de Educação, Ecologia e Cultura/FUNBEC, aprovado pela Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais, através da Lei de Incentivo à Cultura, patrocinado pela CEMIG e executado na Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais (ESMU/UEMG).


Pesquisa revela grandiosidade da obra

Partindo de uma pesquisa sobre os nomes das ruas de Baependi (localizada no sul de Minas Gerais), a pesquisadora Maria José Turri Nicoliello chegou à Travessa Maestro F. Raposo. A continuação da pesquisa, iniciada em 1996, a levou a uma antiga publicação da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais intitulada Minas Gerais em 1925, onde figurava uma pequena biografia do maestro.

O aprofundamento da pesquisa e algumas entrevistas revelaram ainda mais as faces de Francisco Raposo: compositor, violinista, professor de piano, regente e tenor (Raposo era conhecido como ‘Sabiá Mineiro’).

Em 1996, três integrantes da FUNBEC, Maria Aparecida Lopes, Dinorá Miacci e Maria do Carmo Nicoliello Pinho, ao fazer o resgate das partituras do acervo da Corporação Musical Carlos Gomes (Baependi, 1892), encontraram as partituras de Francisco Raposo e trouxeram à luz do conhecimento a obra até então ignorada desse artista mineiro.
                                                                                          Foto google
“A partir daí, aos registros documentais foram sendo acrescidas informações vindas de pesquisas em arquivos públicos, cartórios, bibliotecas, museus e ainda por meio de entrevistas e registros de lembranças pessoais de descendentes”, conta Maria José.

A pesquisa revelou que Francisco Raposo exerceu a profissão de músico em cidades do sul de Minas, do Vale do Paraíba Fluminense e na Corte do Rio de Janeiro, chegando a cantar na Capela Imperial para Dom  Pedro II.

cantá-los. Isso despertou a atenção da mídia e propiciou a elaboração do projeto A FUNBEC chamou a si a tarefa de fazer sua música audível e conhecida por todos; para isso contou com o maestro Márcio Mangia, que fez a revisão de duas peças musicais, a Visitação de Dores e  Kyrie, e com o Coral Montserrat , que a ela pertence, paracultural.

O mineiro que encantou o Império

O primeiro contato de Francisco Raposo com a família imperial foi em 1868, quando foi cantado um Te Deum (hino litúrgico cantando em solenidades religiosas) para a Princesa Isabel e o Conde D’eu, que estiveram em visita a Baependi.

No ano seguinte, Raposo apresentou a composição de sua autoria - Hino aos Mineiros - na abertura da Exposição Mineira União e Indústria de Juiz de Fora, que contou com a presença do Imperador D. Pedro II. O ‘Sabiá Mineiro’ ganhou visibilidade e reconhecimento, que o levaram à Corte.

“A trajetória de Raposo foi, sem dúvida, a de um artista itinerante. Viajava, atendendo a convites para apresentações em Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, apresentando-se como tenor. Além de cantor, era exímio violinista e excelente professor de piano”, diz a pesquisadora Maria José.


 O tenor ganha a Corte

Francisco Raposo teve a oportunidade de cantar na Capela da Imperial Irmandade de N. S. da Glória do Outeiro - a Capela Imperial, que até hoje é freqüentada pela alta sociedade carioca.

Na comemoração de um dos aniversários da Coroação, Francisco Raposo cantou na Capela Imperial para o imperador D. Pedro II, tendo sido agraciado por sua majestade com uma medalha de prata.

“Naturalmente, essas solenidades religiosas eram revestidas da pompa que exigia a ocasião e as missas, em geral, eram em Ação de Graças, onde cantava-se o Te Deum solene”, revela Maria José.

Em outra oportunidade, Raposo teria se apresentado ao violino em duo com Reichert, flautista belga trazido ao Brasil pelo imperador.
Consta que em uma de suas apresentações ao monarca, Raposo recebeu uma batuta de ouro (da qual não se sabe o paradeiro) das mãos de D. Pedro.

As fazendas de café e a música

A elite cafeeira do Brasil imperial mantinha em suas fazendas o polido hábito de promover saraus. “Não raro, contratavam professores de piano para os filhos, encomendavam obras sacras de devoção, além de realizar bailes em que se ouviam valsas e quadrilhas executadas por músicos escravos.

Alguns fazendeiros chegaram a formar suas próprias bandas de música”, conta Maria José Turri Nicoliello. Foi o que aconteceu com Francisco Raposo que se tornou regente da banda da Fazenda Vista Alegre (Valença, RJ), pertencente ao português Visconde de Pimentel, que mantinha a Casa da Música onde também funcionava a Escola de Ingênuos, a primeira do Império brasileiro a alfabetizar escravos e crianças da região.

A família Raposo revelou à pesquisadora que por volta de 1886, quando residia em Barra do Piraí (RJ), o maestro teria se apresentado a D. Pedro II à frente de uma orquestra composta por negros escravos.

Nhá-Chica, Francisco Raposo e a música

Em 1877, Francisco Raposo, então organista da Capela da Conceição (Baependi), foi incumbido por Francisca de Paula de Jesus, a Nhá-Chica (conhecida por seus dons e milagres e que, por isto, foi Beatificada), de comprar um órgão para a Capela. O órgão de fole francês veio de trem do Rio de Janeiro até Barra do Piraí e chegou a Baependi transportado em carro-de-bois. O instrumento foi restaurado em 2002 e está na mesma igreja até hoje.

O lançamento do livro

Depois de sete anos de pesquisa, foi lançado nos dias 6 e 7 dezembro o livro A Vida, a Música e a Obra de Francisco Raposo.

foto google

A publicação reúne a pesquisa histórica e parte da obra musical de Raposo. Vale ressaltar que as 30 obras encontradas foram enviadas ao Centro de Pesquisa da ESMU/UEMG, em Belo Horizonte, para a digitalização e revisão musical. Esse trabalho levou cerca de dois anos para ser concluído e foi coordenado pelos musicólogos e maestros Márcio Miranda Pontes e Nelson Salomé de Oliveira.

A FUNBEC providenciou o lançamento do CD com as composições de Francisco Raposo. Foram encontradas 29 obras sacras, entre Missas, Marchas Fúnebres, Te Deuns e Ofícios de Semana Santa. A única obra profana achada é um Cateretê (dança de bate-pés e bate-mãos acompanhada de letra jocosa que faz sátira aos costumes sociais da época), cuja partitura autógrafa data de 1891, Valença (RJ).
Vide acima .

Baependi foi uma cidade importante nos séculos XVIII e XIX, não só na música, como também na produção agrícola e deu ao Brasil grandes figuras históricas. Sua origem remonta o final do século XVII, aproximadamente 1692, portanto ela está desde então, inserida no Caminho Velho da Estrada Real.
E neste momento de ativação turística deste trajeto nada melhor que o resgate de sua antiga história.



quinta-feira, fevereiro 16, 2012

ENTREVISTA COM O PREFEITO LUIZ CARLOS PINTO: EFEITO RASHOMON





Prefeito Luiz Carlos Pinto







Esther Lucio Bittencourt

“Parece que estamos vivendo aqui em Caxambu, com algumas pessoas, o efeito Rashomon. Explico: Rashomon é o nome de um filme do diretor japonês Akira Kurosawa que sugere a impossibilidade de se obter a verdade sobre um fato quando há conflitos de interesses. A indicação foi utilizada pelo antropólogo americano Karl G. Heider.




Este efeito retrata com precisão as interpretações da pessoa que olha um fato pela ótica que lhe é conveniente. Portanto, olha-se para ver o que ser quer ver.

Na psicologia, o efeito Rashomon informa que é possível que existam versões diferentes e contraditórias sobre um mesmo objeto de estudo. Tudo depende do ator e da perspectiva. Deve-se pois, sempre que possível, triangular a informação. E esta é a função do jornalista e das pessoas que realmente desejam obter a informação correta.”





Assim começa a entrevista com o Prefeito de Caxambu,o médico Luiz Carlos Pinto.
Sucessor de gestores municipais anteriores que se alternavam no poder, o atual prefeito quebrou um paradigma: um pinto no terreiro disputado e conseguido pelas mesmas pessoas durante anos.

“As pessoas que estão me criticando publicamente precisam fazer o trabalho completo do jornalista: ouvir o meu lado. Na imprensa local somente é publicada a versão que interessa para promover insatisfação contra esta gestão que já passou por pelo menos três tentativas de impedimento. Em quatro anos! É muita sede de poder! Estou às ordens para quem desejar conversar comigo com o mesmo respeito que devoto a todo ser humano.”

Informou Luiz Carlos Pinto que esteve , pela terceira vez submetido a impedimento pela Câmara de Vereadores da cidade sob acusação de problemas na folha de pagamento do pessoal da prefeitura municipal.

A entrevista é longa. Vamos tratar do caso do abono pecuniário , primeiramente.

ABONO PECUNIÁRIO

“É o abono concedido ao trabalhador que vende parte de suas férias. Eu, como médico da prefeitura, se quiser vender dez dias de férias e ficar aproveitando 20 dias, posso fazer. E isto serve para qualquer funcionário público, estadual, federal ou municipal. É legal. Aqui na Prefeitura sempre foi feito assim até com os secretários que não fazem parte do quadro do funcionalismo. Quando se viu o erro, que vem se arrastando por várias gestões anteriores a minha, imediatamente resolvi o problema. Determinei que o dinheiro já recebido fosse devolvido aos cofres público. E isto foi feito.

Em nenhum momento o RH _Recursos Humanos- alertou que isto não poderia ser feito. Ora, nas outras gestões todos tiravam 20 dias de férias e vendiam os outros dez . Mas quando veio à tona o problema com o pessoal do RH , cujos nomes não posso informar pois a questão ainda está sub judice, -são as pessoas do RH que estão envolvidas realmente em desvio do erário, do dinheiro público, e são funcionários da prefeitura de muitos anos, foi então que o Sr. Sergio Bassi, que faz auditoria da Prefeitura há vários anos, desde outras gestões, falou: não pode fazer isto! E o Sérgio Bassi que é um orientador do município, já estava prestando auditoria desde o tempo do Sr. Isaac Roshental, que foi prefeito antes de mim e em gestões anteriores.

O interessante é que nunca ele falou que isto não poderia ser feito. Deixou o barco correr! Então, para nós, estávamos seguindo uma linha correta em proceder da mesma forma. O cargo de Secretário de Governo é cargo de confiança então, em tese, não poderia vender 10 dias de férias.

Quando o Sr. Sergio Bassi deu o alarme os meus Secretários de Governo devolveram o dinheiro recebido e vão gozar férias dos dez dias que venderam. Agora, estamos levantando sobre os Secretárias das antigas gestões que receberam e também serão obrigados a devolver o dinheiro. Não existem dois pesos, duas medidas.

Fui informado de que a declaração do Sr. Sergio Bassi na CPI da Câmara foi a seguinte: “Com a colaboração de Rodolfo e Augusto que me passaram os dados porque o Departamento de Dessoal não estava passando , começou-se a desconfiar que havia problemas na folha de pessoal.” Rodolfo e Augusto são Secretário de meu Governo.

Eu, prefeito, não tenho a senha do sistema. Então , meus secretários conseguiram entrar no computador e recuperar todas as folhas de pagamento. Inclusive o Sr. Sergio Bassi disse no depoimento que ele já trabalhava para a antiga gestão e que foi o vice-prefeito, que também trabalhou na antiga gestão, quem o indicou.

Imediatamente pedi uma auditoria nas folhas de pagamento e informei ao Tribunal de Contas o que ser passava e solicitei que fossem tomadas medidas cabíveis. Tudo está sendo apurado. Infelizmente é um processo lento, que precisa seguir a ordem judicial para preservar nomes de inocentes e apontar os verdadeiros culpados sem inconsequências, ou leviandades. Tudo precisa ser muito consistente.”

PENSAR EM CAXAMBU

“Quando fui eleito a primeira coisa em que pensei foi em fazer crescer a minha cidade, que ela sobrevivesse por ela mesmo. E pensei comigo, qual seria o melhor caminho? Uma Universidade. Foi feito o projeto da UFLA -Universidade Federal de Lavras- que tramitou no Ministério da Educação, foi aprovado mas eis que o MEC e os Reitores de sete Universidades Mineiras resolvem criar o primeiro consórcio brasileiro de Universidades. Um fato inédito. A partir de meados deste ano será iniciado o funcionamento aqui na cidade no prédio da antiga FUNABEM, -Fundação Nacional do Bem Estar do Menor- que pertence ao Governo Federal.

Como isto irá fazer crescer a cidade? Os pesquisadores que aqui estarão, com projetos novos, estudantes, o que permitirá que o município tenha algumas indústrias a partir destes projetos. Além disto, com o decreto de criação do Geoparque de Caxambu , que assinei em janeiro deste ano, a pesquisa sobre o valor curativo das águas minerais da cidade será fundamental para que a Crenologia possa ser melhor entendida e difundida.”


O partido do prefeito Luiz Carlos Pinto é o PHS, Partido Humanista da Solidariedade, que foi criado em 1966. É um partido pequeno no sul de Minas Gerais e o Dr. Luiz Carlos Pinto não fez coligações políticas de maneira a ter uma base sólida da Câmara de Vereadores.

Moro aqui, em Caxambu, por opção, desde que me aposentei da Universidade Federal Fluminense, em Niterói, Estado do Rio de Janeiro, portanto há quase 20 anos e nunca vi um político ser tão prejudicado em suas ações como o atual prefeito. Ele quebrou a hegemonia que a há anos vigora nesta cidade: os mesmos prefeitos se alternavam no cargo ou elegiam as pessoas que indicavam.

Mas, a entrevista continua. Até sexta-feira.