quinta-feira, junho 03, 2004
os dias estão assim desde agosto do ano passado. nublados ou chuvarentos. as cores residem nas plantas. a paisagem coberta de cinzas nem sei porque não me entristece. sinto-me na suécia. hoje o sonho foi horrível.
acordo suada após insano combate. com meus mais próximos amigos do passado. ricardo augusto dos anjos e décio mafra. telefono para ricardo e, segundo ele, nossa conversa foi ao ar. como? ninguém explica. só se estava no estúdio com microfone aberto. ninguém explica. à minha porta bate um sujeito estranho. e me cobra pela invasão hertziana.
assine o cheque, trazendo ele meu talão de cheques na mão, exige. como você, que está batendo agora em minha porta, se apossou de meus pertences? vim de niterói, ele responde. mas eu estava falando agora com ricardo! não haveria como em segundos você chegar em caxambu! [ alguém respondeu alguma coisa, fico feliz].
e depois publicaram um livro lá, falando sobre mim, que o décio contou que reproduz diálogos meus , no quarto enquanto vestia as calças, com a ciléa mulher dele! é espúrio! tatiana, filha do ricardo me garantiu ontem. sabe quando isto iria acontecer? nuuuunnnncaaa! meu marido, um saco de ciúmes, ciléa outro saco. eu saí de casa acompanhada por meu futuro marido para ir ao museu de arte moderna, a primeira bienal do livro, padrinhos antonio cândido, grande otello e vinícius de moraes. eu preciso ler este livro!
para lançar o livro de nossa editora. um livro de poemas escrito pelo ricardo augusto dos anjos, com o triste título "após a tragédia". foi isto. não passei pela casa do décio. o homem me empurra forçando a entrada na casa. grito pelo décio que havia telefonado uma noite destas avisando sobre o livro. o ricardo permanece mudo do outro lado da linha. eu o odeio. ele só me avisa das mortes na cidade. depois, mutismo total. o homem sentado no sofá fuma cigarros com o cabelo untado , ajustado como uma touca na cabeça. fede à perfume excesivo. ânsias de vômito. e acordo.
preciso ler este livro, como preciso!
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