sábado, julho 24, 2004


erros de semântica é o blog de mauro lima. um novo amigo virtual, que me alimenta de conversas interessantes e, sem piedad,e critica meus textos e facilita que eu os melhore. dele é este poema,




PÓS NEXIUM





Espreguiça o campo da noite escura,
Estrelas reluzindo em torres de concreto
Incertos da beleza que procuram,
Derrubada e esquecida atrás de uma cômoda.


Madrugada afora as estrelas riem do seu infortúnio
Um doce Eldorado que me é negado
Atado à vastidão deste vale infinito
Acorrentado à serena e inefável noite escura


Monotonia redunda em ondas elétricas,
Nos copos de cerveja,
Aonde quer que se veja.
Nos ônibus, nos hospitais,
As mesmas faces, os mesmos ais,
A dor monótona da dor de dente
E o grito fingido de um orgasmo ardente.


E como falar de tudo isso é monótono
Vagueando ao som de uma garrafa vazia
Pensamentos esparramados pelas esquinas
De uma noite monótona, de silenciosos gritos
E urros dissimulativos de uma verdade cerrada,
Derrubada e esquecida atrás de uma cômoda.



Se o leiteiro se apressar, talvez o amante ele encontrará
E o jornaleiro as notícias trará,
Indignando-se com o porquê
Da monotonia lavada, esparramada, escoada ao bueiro,
De palavras insanas e vomitadas
Gritos que ocuparam garrafas
E escreveram cicatrizes nos hospitais, outros ais,
Amantes sem rosto, um gosto de desgosto,
Caído, esquecido atrás de uma alvorada.

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