sábado, outubro 30, 2004



ontem de manhã, antes do café , li email da poeta eliana mora com um poema convocando a poetar. não resisti e fiz uma réplica. brincamos por três vezes. três vezes aqui contida.

poema da eliane, o primeiro,


em dias de cal
poeira baixa
e ainda a respiração [porque é preciso]


estranha-flor0.jpg

minha resposta

há dias
brancos
de respiração.
-contida-

contigo
há brandos
planos
de tomadas
cinzas.

comigo
ah, comigo
há que perco
-faz tempo-
o caminho,
a ida.

mas temos
planos;
longos shots
breves frames
suaves takes

de palavras
caladas
caiadas
caídas.

suspiro
de imagens,
respiros
da vida.



réplica da eliana

takes
tacos
panelas
algemas

dias de incerteza
almas sem beleza

por fartura - não deve ser.



resposta minha


tacos soltos
na sala. o sol
peneira a poeira

a porta aberta
para a cozinha
vê as panelas,
algemas do dia-a-dia.


a tréplica da eliana mora.

de aço
de briga
de lutar pela partida

de bagaço
de ferida
de luta
senha de vida

sempre só recomeçar


resposta minha:

trava entre os dentes
a ferida
grita aço
a minha língua

muda de voz.

entre os dedos
a senha em bagaços
campeava briga.

seixos de estrada
ganhavam rubros
rútilos de vida.

siga, era o som
da luta vertida.



fui ao café da manhã. ao retornar ela enviara outro, ainda por acabar. e encerramos o desafio. mas foi bom... ler sobre eliana mora aqui

Nenhum comentário: