terça-feira, fevereiro 08, 2005
henfil, graúna, orelana, cumprido... docê baixim marvado, saudade não (disfarçando)
cara, né que hoje sonhei com henfil? assim do meu ladinho na cama, ele, a graúna, o bode orelana, capitão zeferino os fradinhos. acordei de um salto procurei por eles. nada. fora sonho e a besta aqui acordou. acordei no exato momento em que perguntava : e aí, cara, que cê tá achando deste novo pt aí no poder?
a graúna e suas bestas previsões
que raiva de acordar. não podia ter ficado dormindo naquele mundo onde ainda a gente sonha? quando o pt era a nossa utopia de um mundo mais justo, menos midiático, quando o trabalho de base era importante, politizar, ensinar, ajudar... mas ele, partido dos trabalhadores ainda não chegara ao poder e se institucionalizado no carcomido jogo das forças políticas do conservadorismo econômico.
cês já ouviram falar que estão pretendendo comprar as empresas de energia elétrica de novo? que elas disseram que sem aumento , e este mês aumentaram a tarifa em 6%, não dá, vai haver apagão pra tudo que é lado? ouviram? e sabem que elas nem começaram a pagar o dinheiro que a gente emprestou pra elas comprarem da gente estas empresas, né?.... onde a gente táva com a cabeça que deixou esta bagunça acontecer?
ainda bem que eles, eles que ajudavam a sonhar, henfil, betinho, se foram. e me pergunto: como os que foram fundamentais para construção da aura partidária estão hoje, será que ainda acreditam numa virada? eu não. .
graúna, ave da caatinga e eterna crítica do sul maravilha capitão zeferino, cangaceiro nordestino
bode francisco orelana, - intelectual e defensor do status quo.
fradim cumprido- frade magrelo, parceiro e vítima do Baixim
fradim baixim: frade baixinho de humor sádico. seu gesto definitifo "Top! Top!" ganhou mundo.
"Se não houver frutos
Valeu a beleza das flores
Se não houver flores
Valeu a sombra das folhas
Se não houver folhas
Valeu a intenção da semente"
HENFIL, do livro Diretas Já
"HENRIQUE DE SOUZA FILHO, ou Henfil como era conhecido o desenhista jornalista e escritor, nasceu a 05 de fevereiro de 1944, em Ribeirão das Neves - Minas Gerais, e cresceu na periferia de Belo Horizonte; onde freqüentou o Colégio Arnaldo da Ordem do Verbo Divino, um curso supletivo noturno e um curso superior de Sociologia, que abandonou depois de dois meses. Henfil morreu no Rio de Janeiro, em 04 de janeiro de 1988, com 43 anos. Era hemofílico e contraiu Aids através de uma transfusão de sangue, mas sempre teve uma saúde bastante delicada, assim, como seus dois irmãos (Herbert e Francisco Mário ) também hemofílicos. Além deles, Henfil tinha mãe e mais cinco irmãs.
Foi embalador de queijos, "boy" de agência de publicidade e jornalista, até especializar-se, no início da década de 60, em ilustração e produção de histórias em quadrinhos, tornando-se conhecido nacionalmente, a partir de 1969, quando passou a colaborar no "Pasquim", lançando em 1970 a revistinha "Os Fradinhos", ou apenas "Fradins". Suas tiras foram posteriormente divulgadas em vários países, do mundo sob o título "The Mad Monks", mas a experiência durou pouco, pois seus personagens foram considerados doentios.
Foi em 1964 o início da carreira de cartunista e quadrinhista Henfil. Deu-se na Revista Alterosa de Belo Horizonte, a convite do editor e escritor Robert Dummond, onde nasceram originalmente "Os Fradinhos". Em 1965, começou a fazer caricatura política para o Diário de Minas, em 1967, fez charges esportivas para o Jornal dos Sports do Rio de Janeiro, colaborando ainda nas revistas Visão, Realidade, Placar e o Cruzeiro. A partir de 1969, fixou-se no semanário Pasquim e no Jornal do Brasil, onde seus personagens atingiram um nível de popularidade pouco comum em termos de Brasil.
A produção de histórias em quadrinhos e cartuns do mineiro Henfil já possuía então sua marca registrada: um desenho humorístico político, crítico e sátiro, com personagens tipicamente brasileiros.
Após uma década de trabalho no Rio de Janeiro, Henfil mudou-se para Nova York, onde passou dois anos em tratamento de saúde e de onde resultou seu livro "Diário de um Cucaracha". De volta ao Brasil residiu algum tempo no Rio e depois em Natal - RN, retornando novamente ao Rio de Janeiro.
Além das histórias em quadrinhos e cartuns de estilo inconfundível, Henfil realizou, também, uma peça de teatro - "A Revista do Henfil" (em co-autoria com Oswaldo Mendes); escreveu, dirigiu e atuou no filme "Tanga - Deu no New York Times", teve uma incursão na televisão com o quadro " TV Homem", do programa "TV Mulher", na Rede Globo de Televisão. Como escritor, publicou ainda sete livros. São eles: "Diário de um cucaracha", Hiroxima, meu amor" (1976), "Dez em humor" (coletiva, em 1984), "Diretas já " (1984) e "Henfil na China", 'Fradim de Libertação" (1984), "Como se faz humor político". (1984).
Henfil destacou-se, também, pela sua participação na política do país, devido ao seu engajamento na resistência contra a ditadura, pela democratização do país, pela anistia aos presos políticos e pelas Diretas Já.
Finalmente, é importante ressaltar o papel exercido por Henfil na história dos quadrinhos brasileiros: na renovação do desenho humorístico nacional; na criação de personagens típicos brasileiros, como "Os fradinhos", o "Capitão Zeferino", a "Graúna", e "Bode Orelana", entre outros - fazendo um quadrinho da descolonização, em uma época que isto era exceção, já que os quadrinhos nacionais tinham seu desenvolvimento sufocado pela distribuição dos quadrinhos norte-americanos pelo mundo inteiro; por seu combativo e alegórico humor gráfico brasileiro, fazendo da crítica uma arma de resistência e combate ao sistema político do país."
Fonte:
CIRNE, Moacy. História e crítica dos quadrinhos brasileiros. Rio de janeiro, Europa: FUNARTE, 1990.
pode continuar lendo o moacy cirne aqui, no balaio vermelho
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