segunda-feira, abril 25, 2005





deu no estado de minas de hoje, no jornal



Circuito das Águas do Sul de Minas

pede socorro



Estâncias hidrominerais do Sul de Minas estão em decadência. Turistas desaparecem, hotéis fecham as portas e até a composição química da água está mudando para pior

(Fernanda Odilla /Estado de Minas)



As estâncias hidrominerais do Sul de Minas pedem socorro. Destino de visitantes ilustres, como a família imperial de dom Pedro II, e templo de águas com propriedades medicinais, que já curaram muita gente, o primeiro circuito turístico do Brasil perdeu o glamour do passado e dá sinais claros de decadência. O movimento de turistas em São Lourenço, a 387 quilômetros de BH, caiu cerca de 70% nos últimos anos. Os visitantes reclamam da mudança no sabor da água das fontes da cidade. Em Caxambu, a 361 quilômetros, há sempre vagas para banhos no balneário e quartos vazios nos hotéis.

Em Cambuquira, a 316 quilômetros, e Lambari, a 345 quilômetros, cidades vizinhas, a decepção do visitante é ainda maior. Os pedalinhos do lago, as banheiras e salas de massagem do balneário do Parque das Águas de Cambuquira não funcionam e estão entregues à poeira e à ação do tempo há mais de dois anos. E, em Lambari, onde restaram apenas lembranças dos tempos áureos, duas fontes isoladas na praça são freqüentemente usadas como banheiro público.

A degradação pode ser ainda pior. Ambientalistas tiveram acesso a um levantamento do laboratório de análises minerais da Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM), que indica aumento das taxas de nitrogênio amoniacal nas águas de fontes de São Lourenço e Caxambu. “Isso é um aviso. Significa que a quantidade de matéria orgânica na água aumentou, o que pode ser um indício de poluição”, avalia o geólogo Gabriel Junqueira, morador do Sul do Estado e defensor ferrenho das águas da região, lembrando que as taxas de ferro também estão aumentando. A degradação ambiental nas áreas de recarga e a superexploração das fontes são apontadas como a causas dessas perigosas mudanças.

Os resultados do levantamento ainda são preliminares e insuficientes para afirmar se há contaminação das fontes, mas já explicam a sensação desagradável de moradores e turistas ao beberem as águas gasosas. A reclamação é uma só: o sabor da água mineral de fontes seculares, especialmente de São Lourenço, já não é o mesmo. “Venho aqui desde criança e a cada ano sinto que o gás está diminuindo e a água das fontes parece ser industrializada. Não estou gostando da mudança”, diz o vendedor carioca José Ricardo Moço, de 31 anos, enquanto caminha pelo Parque das Águas carregando uma sacola com seis litros d’água coletadas na fonte.

Abandono

“As quatro estâncias estão abandonadas, cada uma à sua maneira”, atesta o secretário de Turismo de Cambuquira, Silvio Brito, referindo-se não apenas à situação dos parques das quatro cidades, mas também à falta de recursos e de divulgação de um dos primeiros circuitos turísticos do Brasil. Basta um simples passeio pelos parques para perceber que hoje são os próprios moradores que mais freqüentam as fontes, para encher garrafas com diferentes tipos de água gasosa, cheia de propriedades medicinais.

Mas a imagem do parque cheio, com filas em todas as fontes, nunca saiu da cabeça de Fátima Vilhena, nascida e criada em Cambuquira. Mas agora há mais patos e gansos do que visitantes no parque. “Turista ficava 20 dias na cidade, hoje mal passa a tarde”, lamenta. A impressão do visitante, que pisa pela primeira vez nos parques, é de que está tudo bem. A grama cortada, as fontes limpas e as aves nadando nos lagos tornam as áreas agradáveis. Mas as placas de informação envelhecidas pelo tempo, o mofo nas paredes e as torneiras enferrujadas são sinais de que há problemas. E os turistas mais antigos asseguram que tudo já foi muito melhor.

“A gente tem medo de expor os problemas, porque até o governo se sensibilizar e decidir nos ajudar, mais turistas desistiriam de nos visitar”, diz Carlos Lourenço Martins, presidente do Serviço Autônomo de Turismo de São Lourenço, cidade que já recebeu mais de 800 mil visitantes por ano e hoje se desdobra para atrair 250 mil. Funcionários da Nestlé, dona do parque e da extração de água mineral na cidade, informam que o único autorizado a falar sobre o assunto é Marcelo Marques, que estava fora da cidade e não retornou as ligações do ESTADO DE MINAS.

diagnóstico das cidades do circuito das águas


neste feriado esteve na região, e ficou sediado em caxambu, o consultor de turismo bayard boiteaux para fazer um diagnóstico das cidades que formam o circuito das águas e apresentar um planejamento para o desenvolvimento das mesmas. sugere desde mudança nos serviços de hotelaria, durante palestra proferida ontem, como a melhor forma de receber turistas na cidade. indica também que o turismo seja eminentemente regional, ou seja, que as cidades com maior infra estrutura hoteleira ofereçam pacotes turísticos para mostrar as belezas da região. crítica importante do consultor: o trenzinho que passeia na cidade sobre rodas carrega até hoje a estrela do natal.

aqui pode-se fazer rapel, bóia-cross, escalada, paraglide, base jump (pular de uma base com paraquedas na mão), vôo livre para quem aprecia esportes radiciais, além de motocross, mountain bike e cross contry para quem aprecia cavalos. existem belíssimas cachoeiras, paisagens maravilhosas e um clima que convida ao prazer.

antes de tudo, porém era preciso que as cidades do circuito ousassem expor seus problemas, encará-los de frente para solucioná-los. isto foi feito com a matéria de http://cora.blogspot.com cora ronái em o globo. agora o jornal de minas fala sobre o assunto . enfim o avestruz tirou o pescoço que estava enfiado na areia e planeja transformar-se em pavão. há muito chão para percorrer. mas step by step chegaremos à meta.

cabo frio está refazendo seu plano urbano, turístico e cultural através da fundação getúlio vargas que captou recursos do bndes desonerando a prefeitura e comerciantes. será que as cidades do sul de minas não poderiam buscar também o mesmo caminho? captando recursos através da lei rouanet, celebrando contratos de riscos para fazer frente aos encargos inclusive com o consultor bayard boiteaux?



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