terça-feira, maio 10, 2005





gastura


na realidade? estou precisando de umas folhas de jamelão. um bom molhe. mais umas folhas de embaúba. dizem que o chá delas corta o açúcar do corpo. gabiroba do mato também. envelhecer é tudo o que ninguém deve desejar.

então a cada dia abro o olho com cuidado. primeiro um, depois o outro. ponho reparo meticuloso nas paredes . quando vejo que ainda estou no meu quarto toco o corpo para saber se é o mesmo. ah, gostaria de ser o benjamim button de scott fitzgerald. o que nasce velho, acende um poderoso charuto e acaba em estado fetal. david fincher e o filme sobre benjamin. mais fincher

escapei mais uma noite . ó céus!!! o inferno vem antes de dormir sem saber se amanhã irei acordar. e o purgatório
são os sonhos que deixei de sonhar. há muito tempo não sonho.... coisa estranha. mas penso que toda gente é assim: há um tempo em que a aridez torna a pele áspera. aí dá vontade de sumir.


montar um circo. mambembar pelas cidades pequenas ver as vizinhas se cumprimentando e depois maldizendo. ah, isto me lembra de um gospel cantado pela jessie norman e kathleen battle, scandalize my name . comprar briga por dá cá uma palha, acocorar no chão riscando a terra empoeirada. para ficar olhando formiga pra cá e pra lá, tão obreiras. como se olhar fosse profissão.

às vezes a gente tem gastura mas é de abuso de olho .




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