domingo, maio 08, 2005





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meu filho thiago, menino ainda e sua avó alba.



caminhos da maternidade



ser mãe é vocação. uns dizem que opção. é verdade que precisamos optar em várias situações da vida mas nem sempre pela maternidade , pois ela supera a razão e emoção. é assumir um compromisso perpétuo que irá além da morte,- pois a presença será sempre uma tatuagem na mente dos filhos,- de estar sempre presente e, por puro prazer, preocupar-se, cuidar, velar, aprender a orar, desesperar-se quando algo dá errado e esconder o desespero, a dor. surrupiar de si todas as emoções que não sejam benéficas, mesmo com os filhos usando as cabeças cobertas pelo branco.

é saber que respirar ritmado depende da tranqüilidade do filho e por filho leia-se nora, genros e netos. todos precisam estar bem para que a mãe não sinta esta dor que parece infarto e a rasgue com o peito em chamas. sempre com um sorriso nos olhos e nos lábios, mãe é maior enganadora do mundo. escamoteia a si para valorar o filho. quando pequeno troca-lhe as fraldas. ao crescer troca-lhe os desenganos por esperança. mãe lembra de si muito pouco, seu referencial é o filho, e quando lembra é porque ela tem mais anseios do que comporta o mundo.

mãe sabe dividir-se como quem se pica e todos pensam que a tem inteira. e por isto permanece íntegra. às vezes sente vontade de voar e voa. procura no vento forças para recomeçar, se embebeda de cores para enfeitar a casa, esmera-se na escolha do lençol da cama que melhore o humor do filho, prepara comidas especiais que até nem curte, faz doces, mesmo em dieta e se farta de açúcar na alegria do filho. pode até parecer que ser mãe é um caminho para o suicídio ou auto destruição, mas não é nada disto, porque neste caminhar sobre o fio de arame sem rede de proteção a mãe é feliz.

todos sabemos que o dia das mães e uma jogada comercial. mas não é marketing ter a reunião de rostos queridos, -mesmo que o dia a dia seja atribulado,- a confraternização, os amigos que chegam porque numa cidade sempre há os que estão sem a família que não pode vir, é muito grande, ou o outro não pode ir, pois as questões econômicas enclausuram nosso afeto. mas como nossa família é esta grande e diversa humanidade as ditaduras econômicas acabam por ampliar nossos limites e nos fazem reconhecer na raça humana diversos filhos, mães e parentes. enfim a grande família.

eu quero contar apenas que gostaria sempre de ter minha mãe entre nós em carne e osso, apesar de sabê-la marcada à ferro e à fogo em mim, em meus irmãos, sobrinhos, sobrinhos netos, todos os que formam esta abençoada família com que tenho o privilégio de conviver. e amplie isto por todo este universo virtual que nos ouve, que conosco compartilha a vida e nos ensina dela a brandura e a estima.

a todos, como abraçaria a sara, minha mãe, abraço hoje e sempre. pois, por mais clichê que seja, todos os dias são nossos , sejamos ou não mães. em nome de sara , esther, martha, vera, tonio, regina, américa, margarida, homenageio bia nesta foto. ela nos deu o neto mais novo; o tiago, cuja vinda foi anunciada quando mamãe partia.

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amigos , um feliz dia. um feliz todos os dias e saibam de minha enorme felicidade em resguardar e proteger de nossos desencontros humanos esta amizade familiar que desfrutamos seja no virtual ou no real e que inclui também os pais que, queiram ou não, são mães .


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