quinta-feira, julho 21, 2005




com a vó trepada




quando marina amanhece com a vó trepada pode contar: precisa administrar 40 dedos e a língua que tropeça nos erres e esses.
a doméstica já sabe falar alemão pois assiste involuntária as aulas de marina. e ela a cumprimenta; guten morgen. ao que ela responde sem saber o que é, mas já ouviu tanto! entschuldigen. em seguida derrama café na toalha imaculada. a mancha desenha o mapa da austrália. e se morasse lá, e se um canguru a perseguisse e se, como izak dinensen, casasse com um conde e fosse plantar café aos pés nas montanhas ngong. com o indicador contornou o mapa como quem desenha um rosto amado e avisou: sujei a toalha. mas tal quem fala para ninguém.
era tempo de parar e deixar o olho ollhar, mesmo que necessário fosse retirá-lo da órbita, como ameaçaram a quem protegessem roy diaz, o mio çid, mesmo a una niña de nuef años, deixar os olhos a repousar sobre a toalha, quem sabe se? o relógio saltava ponteiros a devolver ao mundo o que lhe cabia, a pressa e a nostalgia.
recolheu seus 40 dedos engoliu o derradeiro gole de café, esqueceu a bolsa, o celular e deu partida no carro. retornou de ré. bem que soubera, desde que levantara que são tumultuados os dias em que acorda com a vó trepada. e sempre desastrados quando se depara com o jornal do dia que derrama sangue na mesa da sala e escorre pelo chão e quando ela passa por ele sem saber que pisou na poça deixa marcas como se tivesse morrido assassinada.
deu ré, entrou na sala com o peito cravado de facadas. ouvira o jornal no rádio do carro. entrou na sala, atropelada.


....................
üna niña de nuef años - a ojo se paraba:
<>>e rey lo ha vedado, - anoch dél entró su carta,
>>con grant recabdo - e fuertemeientre scellada.
>>non vos osariemos - abir nin coger por nada;
>>si non perderiemos - los haberes e las casas,
>>e aun demás - los ojos de las caras.
...................

poema de mio cid, cópia rubricada por Per Abbat, "el cantar é o mais antigo monumento da língua escrita castelhana. poema épico. segundo menendez pidal".


versos swahelis ditos por isak dinensen aos trabalhadores na colheira do milho: "out of africa"

ngumbe
na penda chumbe
malaya
mbaia
wakamba
na kula mamba.

"os versos foram feitos para efeito de rima: diz, izak e eu completo, de som. significam o seguinte: "os bois gostam de sal ; prostitutas são más - os wakambas comem cobras".

no mais, um dia ainda pergunto a ritinha que entra na janela do msn, e ela é de portugal, com o dístico: " faz sabor comigo", pergunto o que quer dizer. ah, ela posta em olhares. ela é a lucio de lá.





Nenhum comentário: