terça-feira, novembro 29, 2005








janelas cerradas




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janelas cerradas. a tarde se entarda na soleira da porta. olha o sol descer atrás do morro. sol? sim se houvesse sol ele se esconderia ali. mas chove desde a entrada da lua minguante. a tarde vê são os pingos desatarem seus nós das telhas como um corpo que cai, como um dique rachado que ameaça romper, como, ah, não importa o como. é noite, noite cerrada, desestrelada, sem lua . as telhas desenrolam seus fios de água. miçanga de índio? mágoa de espelho quebrado. me conta a luz amarela refletida na vidraça é como a morte, não? do lado de fora da janela morreu, morreu a tarde.

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