domingo, novembro 13, 2005



NORTE VERDADEIRO




Marta O'Shea, entregou recentemente a tradução deste livro para a editora objetiva: "Norte Verdadeiro" e abaixo a orelha explica o livro que estou louca para ler, além deste outro "Montanhas da Mente" de Robert Macfarlene .


NORTE VERDADEIRO

de Bruce Henderson



Em 1909, dois norte-americanos reivindicaram a posse da pedra mais valiosa da coroa da exploração geográfica, o Pólo Norte. Um século mais tarde, a batalha ainda se acirra.

Este livro trata da controvérsia mais duradoura e hostil na história da exploração geográfica, uma contenda que haveria de dividir a comunidade científica internacional e, finalmente, resultaria na ruína de um dos reivindicantes e no descrédito do outro.

O lado irônico é que, no início, os dois homens eram amigos e companheiros, sendo que Frederick Cook, médico, acompanhara Robert Peary, engenheiro civil filiado à comissão naval dos E.U.A, numa expedição ao norte da Groenlândia, em 1891. A perna de Peary foi esmagada em conseqüência de acidente, a bordo durante a viagem ao norte, e se não fosse a dedicação de Cook, talvez ele jamais voltasse a caminhar. Mas, no verão de 1909, toda a boa vontade evaporou. Em setembro de 1909, Peary declarou que havia alcançado o Pólo cinco meses antes. Quanto a Cook, que parecia ter retornado do mundo dos mortos, após uma prolongada jornada no Ártico ao lado de dois companheiros esquimós, declarou, de modo convincente, que fora o primeiro a atingir o Pólo no ano anterior, em abril de 1908.

A polêmica tornou-se a principal preocupação dos dois indivíduos, pelo resto de suas vidas. Cook era introvertido, mas Peary era o tipo de pessoa que se valia das amizades nas esferas mais altas para exercer influência. Em determinada ocasião recusou-se a levar a bordo de seu navio caixas nas quais Cook guardara instrumentos científicos e registros referentes à região polar, o que ocasionou a perda dos referidos itens. Além disso, os amigos de Peary pagaram para induzir perjúrio e assim invalidar a reivindicação pelo direito de Cook ter sido o primeiro a ascender ao monte McKinley, o pico mais alto da América do Norte. E no final do século, anos após a morte de Cook e Peary, foi autorizada a publicação de um extenso diário, levando a Revista Geográfica Nacional a concluir que um dos reivindicantes não atingira o pólo e, conseqüentemente, perpetrara a conhecida fraude.

Bruce Henderson compôs uma narrativa fascinante, na qual incluiu argumentos e contra-argumentos, e apresenta evidências científicas e até mesmo psicológicas, de modo a situar a exploração polar em novo contexto.

Bruce Henderson é autor ou co-autor de vários livros de não-ficção, repórter de jornal e redator de revista, Henderson lecionou na Faculdade de Jornalismo da Universidade da Carolina do Sul.



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