quinta-feira, abril 24, 2008

amazônia

amazônia


um cabo de guerra. de um lado os seus moradores, inicialmente índios que serviam como escravos; de outro os que desejam e conseguem enriquecer com as benesses oferecidas pelo estado que tem 1.570.745,680km² , área um pouco menor do que os nove estados do nordeste brasileiro.

a amazônia é brasileira? parece que não. falamos dela como algo distante, estranho à nosso mundo mas que, talvez de tanto ouvirmos falar, pensamos que devemos preservar pois é o pulmão do mundo. tudo tão distante, a fala e a floresta com seus rios. lembro do colégio stella trovão de mello onde estudei e se cantava os rios da amazônia: juruá, purus, madeira, negro, amazonas, içá, solimões, uaupés e japurá . eita memória, mas o canto marca com ferro em brasa os miolos.

o turista aprendiz:

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mário de andrade

"em 1927 dona olívia realiza outra viagem de "descoberta do brasil" assim chamada por mário de andrade. viagens pelo amazonas até o peru, pelo madeira até a bolívia por marajó até dizer chega".

da viagem participaram apenas olívia, sua sobrinha mag, mário de andrade e dulce, a filha de tarsila do amaral. eles vão de navio até belém de onde seguem de barco pelo amazonas até iquitos no peru. na volta viajam pelo madeira-mamoré, voltam a belém, seguem para marajó.

mário realizou mais de 600 fotos e escreveu "o turista aprendiz". a viagem foi a origem de "macunaíma" e determinou seu interesse pela produção do norte do país."


diz violeta refkalefsky loureiro , mestre em sociologia pela unicamp, doutora em sociologia pelo institut des hautes etudes de l'amérique aatine (paris) e professora da universidade federal do pará, em seu artigo "amazônia: uma história de perdas e danos, um futuro a (re)construir" que

"A Amazônia tem sido, paradoxalmente, vítima daquilo que ela tem de mais especial — sua magia, sua exuberância e sua riqueza." acumula uma história de perdas e danos.

Mas é mais recentemente que ela tem sido mais explorada: seja como fonte de ouro, como em Serra Pelada, que serviu para pagar parte da dívida nacional, deixando na região apenas as belas reproduções das fotografias que percorreram o mundo, mostrando a condição subumana do trabalho dos homens no garimpo; seja como geradora de energia elétrica para exportar para outras regiões do Brasil e para os grandes projetos, que a consomem a preços subsidiados, enquanto o morador da região paga pela mesma energia um preço bem mais elevado; seja como última fronteira econômica para a qual milhões de brasileiros têm acorrido nas últimas décadas, com vistas a fugirem da persistente crise econômica do país, buscando na Amazônia um destino melhor (o que, infelizmente, poucos encontram)."


nos dias de hoje, em carta aberta ao presidente da república, luis inácio lula da silva.pr@planalto.gov.br. ao presidente da câmara dos deputados,arlindo chinaglia. presidencia@camara.gov.br. ao presidente do senado federal, garibaldi alves.
presid@senado.gov.br e aos líderes partidários da câmara e do senado os movimentos sociais, pastorais, ongs, cidadãos e cidadãs enviaram abaixo assinados aextremamente contra a edição de medidas provisórias e tramitação de propostas legislativas que ameaçam a vida da e na amazônia. eis as propostas:

1. o projeto de lei 6.424/85, de autoria do senador flexa ribeiro,
psdb, da bancada ruralista do pará, já aprovado no senado federal e em
tramitação na câmara dos deputados, que visa diminuir a área de reserva
legal florestal da amazônia de 80% para 50%, para viabilizar o plantio de
palmáceas, eucalipto, grãos e cana-de-açúcar para os agro-combustíveis,
como se fossem florestas; além de anistiar as multas dos madeireiros e
agressores do meio ambiente e possibilitar a existência de vastas áreas sem
cobertura florestal no país. daí porque esse projeto, que certamente
contribuirá para mudanças climáticas e o aquecimento global, vem sendo
chamado de projeto “floresta zero” no brasil.

2. a medida provisória 422/08, já conhecida “pag (plano de
aceleração da grilagem)”, que, atendendo a interesses da bancada ruralista
(pois é cópia fiel de um projeto de lei do deputado asdrúbal bentes, do
pmdb-pará), possibilita a legalização da grilagem na amazônia. isso porque a referida mp dispensa de licitação para aquisição das terras públicas – que são maiorias naquela região – os detentores de imóveis com até 1.500 hectares (enquanto a constituição previa apenas 50 hectares e a lei de licitações estabelecia, até então, em no máximo 500 hectares).
aquele que ocupou ilegalmente terra pública – e aqui não são pequenos posseiros, mas grandes fazendeiros – vão ser premiados com a legalização de seus “grilos”, o que, certamente, ensejará a aceleração do processo de destruição da floresta amazônica.

3. a proposta de mudança constitucional, a pec 49/2006, de autoria do senador sérgio zambiasi, ptb/rs, que, atendendo a interesses das grandes multinacionais de papel e celulose, em especial a stora enso e a seita moon, busca reduzir a faixa de fronteira nacional de 150 para 50 km, permitindo assim a aquisição de terras brasileiras por empresas
estrangeiras na faixa de fronteira.

4. os decretos legislativos 44/2007 e 326/2007, que pretendem sustar os efeitos do decreto 4.887/2003, que regulamenta o procedimento para titulação das terras quilombolas. a pressão dos ruralistas já levou a um recuo do governo, por meio da elaboração de uma nova instrução normativa do incra (que a advocacia geral da união insiste em aprovar
sem uma verdadeira participação dos quilombolas e da sociedade), que pode representar um verdadeiro retrocesso com relação às garantias dos direitos territoriais e socioculturais dos quilombolas, além de tornar o processo mais burocratizado e moroso.

precisamos perguntar profundamente: por que não entregar a amazônia definitivamante a quem a deseja possuir em troca de nossa dívida externa, interna e em busca da paz do povo brasileiro cada vez mais aviltado poir uma vida de duras penas?

ora, a amazônia é um grande negócio, mas não para os brasileiros. óbvio não? que o povo então consiga alguma vantagem com sua concessão definitiva, pois a amazônia. apesar de estar também em território brasileiro nunca foi do país, não e, nunca será.

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