quinta-feira, junho 05, 2008

o homem é uma ilha

o céu, hoje, escandalosamente azul. o verde ainda bem verde e o frio.... bem, o frio pede fogo para aquecer. penso em nós quando saímos da áfrica despidos; atravessamos regiões geladas em busca da caça e nos aclimatamos à neve, ao gelo que cobria o mar e claremos , ou melhor, a natureza clareou nossa pele, cabelos, olhos, para que pudessemos absorver o pouco de calor
das regiões frias. a melanina abandonou nosso corpo como a adequá-lo às diversas regiões dos planesta. depois, pois maior que seja a porção de terra, nos tornamos ilheus com o derretimento do gelo. thomas merton quando disse que todo homem é um continente e não uma ilha enganou-se. somos ilhas desejando ser continentes. mas continentes, pois nosso conteúdo cabe no corpo que nos limita. nossa fronteira com o próximo, a verdadeira pátria.

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somos sós sim. temos sentimentos que não ousamos confessar a nós mesmo. muito do que vivemos fica conosco, não é comentado. falamos sobre as futilidades da vida. o que tem peso, o que vale é esconso, silenciado. portanto, somos sós. primcipalmente na derradeira hora em que chega a sempre aguardada. não há quem nos possa velar ou acompanhar. é um processo do corpo calado. impossível compartilhar.

ah, por que falo sobre isto? peguei os resultados do exame de sangue. algumas alterações mínimas mas o risco de infarto é imenso. o risco máximo nas coronárias é 8% de sei lá o que. tenho 13%. após ler o resultado respirei com prazer o oxigênio poluído de são lourenço. agora, ao acordar, farei festa todos os dias. e, quem sabe, será programada alguma angioplastia.

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