morreu ontem, quinta feira, dia 3 de fevereiro, a atriz maria schneider. ficou conhecida com o filme último tango em paris de bertolucci.
prefiro sua interpretação em the passenger, filme de antonioni, pouco divulgado, onde a respiração fica em suspenso até o último frame. a derradeira cena é nostálgina e ouso dizer que o sentimento que provoca , evoca a vida de maria.
"A atriz Maria Schneider, que protagonizou com Marlon Brando um
dos filmes mais polêmicos da história do cinema, "O Último Tango em
Paris" - que provocou escândalo na década de 70 por suas cenas de sexo
e nudez, incluindo a famosa cena da manteiga -, morreu nesta
quinta-feira pela manhã em Paris, aos 58 anos, em consequência de uma
longa doença, segundo informou a família.
"Maria morreu esta manhã em Paris após uma longa enfermidade",
declarou um parente da atriz, que tinha apenas 19 anos quando
protagonizou o filme de Bernardo Bertolucci, que estreou em 1972 e
ficou proibido pela censura da ditadura militar no Brasil por mais de
uma década. A atriz continuou atuando até 2008, mas ficou marcada para
sempre pelo filme com Marlon Brando. Ela teve mais um filme aclamado
pela crítica em seu currículo, "O passageiro: profissão repórter"
(1975), de Michelangelo Antonioni, ao lado de Jack Nicholson.
Porém, desde então, só conseguiu papéis secundários. Enquanto isso,
começou a entrar e sair de hospitais, devido a depressão e dependência
de heroína. Abandonou o cinema durante uma época, para tentar carreira
na música, sua antiga paixão: entre outras coisas, chegou a lançar um
disco dedicado ao cantor italiano Lucio Battisti. Seu filme mais
recente foi "Cliente", de 2008.
Maria nasceu em 27 de março de 1952, em Paris, filha do ator Daniel
Gélin e de uma dona de livraria. Depois de alguns pequenos papéis em
filmes de pouca repercussão, ela foi escolhida por Bertolucci para
viver a jovem francesa que entrava numa relação obsessiva com um
americano 30 anos mais velho, este vivido por Marlon Brando. A ideia
do casal era se encontrar para manter relações sexuais sem que eles
trocassem qualquer informação sobre suas vidas pessoais. A sequência
mais famosa do filme transcendeu a tela do cinema e foi parar na
cultura pop: no chão de um apartamento, o personagem de Brando usa
manteiga para auxiliar na prática do sexo anal com a personagem de
Maria.
Em 2007, numa entrevista ao jornal britânico "The Daily Mail", a atriz
disse que a cena da manteiga não estava no roteiro e que teria sido
uma ideia de Brando, durante a filmagem. Maria também afirmou ter se
arrependido de fazer o filme. "Eles me enganaram. Eu me senti
humilhada e, para ser honesta, um pouco estuprada, tanto por Marlon,
quanto por Bertolucci. Essa cena não estava prevista. As lágrimas que
se veem no filme são verdadeiras", disse.
"Sua morte chegou cedo demais, antes que eu pudesse voltar a abraçá-la
e, pelo menos uma vez, pedir-lhe perdão", disse Bertolucci ao jornal
italiano "La Repubblica", após receber a notícia da morte da atriz
O ministro da Cultura francês Frederic Mitterand divulgou um
comunicado em que chamou Schneider de "uma grande artista" e elogiou
sua habilidade de levar a ambiguidade às telas, sedutora e enigmática,
quando trabalhou com diretores como Rene Clement e Bernardo
Bertolucci. "Ela continua sendo a imagem singular da mulher de hoje,
um dos exemplos da liberdade feminina que reconquista eternamente as
novas gerações", afirmou.
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