sábado, julho 05, 2003

de sonhos. uma fuga. a carrapatos

a temperatura já está em 1 grau positivo. acompanhada do aquecedor elétrico continuo bravamente a desafiar a geada. só para contar da produção de sonhos cá em casa. thiago, meu filho, sonhou com um tubarão grávido de três filhotes e um dos maiores devorava os demais. ele contou que era un nojo de sangue e líquido amioniótico espalhado pelo ventre do tubarão.

eu sonhei que um ex-marido estava em órbita da terra e precisa de ajuda. um outro amigo resolveu ajudar. ao sair de casa lembrei que estávamos sem capacete e jaqueta protetora para uma viagem espacial de resgate. ele pegou os dois capacetes mas os esqueceu sobre o sofá. saímos de jaqueta e pegamos um helicóptero que nos levou até a nasa.

parecia um saguão de aeroporto internacional. numa das cadeiras estava sentada sofia loren com um traje branco, leve , macio, caíndo sobre o corpo. parecia algo como linho e flanela. cantava. nada mais nada menos que uma música da rita mitzouko acompanhada pelos que estavam na sala de espera.

eu morria de medo. então fomos vestidos eu e meu amigo que não identifiquei com trajes espaciais apropriados e nos dirigimos para o veículo que nos colocaria em órbita. aí acordei. afinal não entrei em órbita e não consegui trazer para a terra quem lá estava.

porque conto isto? porque isto não parecia um sonho e sim uma traquinagem minha e do sérvio. e tenho mais a te dizer amigo: os carrapatos herdarão a terra. não serão as baratas não. sabe por que? eles sobrevivem sem alimentação durante dois anos. e continuam procriando. mesmo morrendo de fome.

aí os cavalos chegam aos pastos. carrapato adora cavalo. não gosta tanto de boi e vaca. dizem que é por causa da urina do cavalo. aí chupam sangue de montão. se abastecem para mais dois anos. e seus filhotes fazem a mesma coisa. e prociram. e os filhotes dos filhotes fazem a mesma coisa e procriam. por mais que os animais sejam banhados ficam sempre cobertos de carrapatos. de março até novembro, mês em que caem as águas. aí eles se enterram e abastecidos de sangue sobrevivem até o próximo março.

ao passar perto das fazenda, soprando algum vento, você está carregada de carrapato. pode ter certeza. pólvora, estrela, eles se grudam, gudunham, entranham seus ferrões na sua pele e sugam seu sangue até ficarem gordos, parecendo que irão explodir. você se coça, se amofina, tem alergia, empipoca o corpo todo até descobrir que tem um carrapato grudado em você. aí é morrer de nojo e arrancar com ferrão e tudo o bandido que te consome. e desinfetar-se dos pés à cabeça crendo-ser a escória do mundo.

ah! humilhação. ah! ser inferior que permite ser pasto de carrapatos. basta um vento, um ventinho de nada e os porva e os estrela tomam conta de você. de mansinho você sai infestada da cena. e jura não voltar mais à fazenda. mas volta. pode ter certeza que volta. para ficar coberta de carrapato. chingar. coçar-se e ficar empipocada de alergia. ah! sina.

Nenhum comentário: