terça-feira, dezembro 16, 2003

a burrice da intolerância


ser expulso, banido, perder de si próprio uma das definições com que se reconhecia, deixar de pertencer a um grupo, a uma sociedade da qual elegeu fazer parte é um dos castigos mas antigos da humanidade.

o banimento ocorre quando a voz destoa no coro ou uma autoridade que se supões maior é desobedecida. assim adão e eva foram banidos do paraíso. assim , em todas as mitologias foram banidos os deuses que destoaram do coro dos contentes.

num livro organizado por marshall mcluhan um dos artigos conta sobre uma tribo indígena que expulsava os que não conseguiam caçar. da primeira o infeliz era afastado do grupo, assim como o velho, do velho e o mar de hemingway, que por não pescar tornou-se salao. a tribo evitava o mal caçador. o feiticeiro o benzia. e lá ia ele inseguro para tentar ser vitorioso. o medo fazia sua mão vacilar. voltava sem a caça. por fim era banido da tribo.

no comum morriam . poucos sobreviviam ao banimento. ou seja encontrarem a si mesmos e superar o perfil do grupo a que pertenciam. e onde eram apenas um número.

o artigo de dorothy lee é sobre “o reflexo lingüístico do pensamento wintu”. a tribo wintu expressava que a realidade, a verdade fundamental, existe independentemente do homem. o caçador banido não diz: eu não consigo mais matar gamos. dirá: os gamos não querem morrer para mim.

o que acontece com o governo do pt é que eles estão conseguindo matar todos os gamos. mesmo os que não estão querendo morrer para eles . pagando o preço de sua descaracterização como partido dos trabalhadores, para instituir uma verdade fundamental baseada em irrealidade: nós temos o poder!. os quatro banidos sabem que os gamos não querem morrer para eles. e eles não os querem mortos.

perante o grupo eles fracassaram. em número. quatro expulsos da malta. mas o que sentem eles, os banidos do pt? os quatro radicais? radicais.... e quatro! simbologia estranha. o que significam para nós estes radicais? e para eles mesmos que significado têm hoje, já que foram expulsos do grupo, quase da humanidade?

hoje, ser expulso, talvez seja o único alento de esperança para os que vêm o perigo da obediência cega ao rito de manter o perfil de multidão.

os radicais, os quatro, na tentativa de preservar sua integridade e individualidade passam para o povo, talvez, a sensação de fracasso . numa sociedade como esta a separação indivíduo-grupo soa como alarme para que ninguém se rebele e procure afinar suas vozes com o rugido da horda.

com seus passos de ganso e batidas de calcanhares num momento da história, o exército alemão tornou-se símbolo da unidade e do poder tribal. prefiro pensar como vico a história sendo cíclica. ou crer no ditado popular de que "tudo que sobe, desce; tudo que balança, cai". assim como o poder da tribo germânica despencou , despencará o de outras tribos, pois a soberba não resiste ao tempo.

neste banimento quem perdeu e quem ganhou? o banido que manteve a luta pelo ideal do grupo ou o grupo que despersonalizou-se afastando-se de seus antigos ideais para manter o poder? muitas vezes o que parece fracasso. – do todo quatro foram retirados- pode ser útil para demonstrar, mais tarde, que quem fracassou foi a burrice. Como sempre.

como acontece com os radicais livres que tanto podem fazer mal ao organismo como defende-lo de alguma coisa estranha, como por exemplo um vírus, uma bactéria
ou uma partícula de pó - os radicais livres fazem soar uma alarme químico para as células do sistema imunológico- os banidos para o bem, soaram as sirenes, alertaram que nem todos estão contentes.

o alarme está gritando. como os vagalumes poderemos reagir. ou morrer. e é bom lembrar que em linguagem telegráfica pt significa ponto.e pode ser também ponto final

-o brilho dos vaga-lumes pode ter sido uma adaptação evolutiva contra a intoxicação por radicais livres-

“no início da tarde da segunda-feira passada, quando chegou em seu gabinete, a senadora alagoana heloísa helena tomou uma medida extrema. logo na entrada, arrancou da parede a bandeira vermelha do pt.”




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