quinta-feira, fevereiro 05, 2004

"Tentei atualizar meu fotolog e me disseram lá que agora não dá mais.
Segundo eles, FOTOLOG é privilégio de quem PAGA." servio tulio, zieck zack

sacou? sacaram? eu me pergunto por que eles começaram com a brincadeira? numa entrevista eles dizem que só têem gastos com o fotolog. e trabalham fora para prover o pão deles de cada dia. brinquedo caro, não? um imenso banco de dados, softwares sofisticados e potentes hardwares só pra fazer meio mundo feliz? acarinhar nosso umbigo, olho mecânico antropofágico?

aí vem a divisão entre os de ouro e os de lata. e os de ouro, reparem, só se comunicam entre eles, poucos visitam o proletariado das imagens. antigamente, se a gente queria fotografia boa ia na corbis, etc. hoje tem espaço virtual de graça pra tudo quanto é lado, pra gente botar foto até do mosquito que nos tortura.

quanta quantidade de informações sobre nós esta gente acumula! sabemos, mesmo com nossa pose de câmeras digitais, que estamos para o escaneamento da imagem, feita por satélítes e empresas poderosas, criadas também para entender o crescimento de infomações na terra,e seus recursos , como o rabisco das cavernas está para os sais de prata usados para a revelação das antigas fotografias.

devem ter coletado as informações necessárias. chegou o momento da seleção, da eugenia. da escolha da raça pura. fotolog só para quem é de ouro. vamos combinar então: há um processo seletivo em curso, com direito à holocausto. e não me venham falar em software livre. pelo amor de deus. ou de neo. ou do grande irmão. tanto faz. palavras... palavras... palavras p
a
l
a
v
r
a



no entanto, consegui atualizar. com um poema de hilda hilst http://www.fotolog.net/elb/

V

As maçãs ao relento. Duas. E o viscoso
Do tempo sobre a boca e a hora. As maçãs
Deixei-as para quem devora esta agonia crua:
Meu instante de penumbra salivosa.

As maçãs comi-as como quem namora. Tocando
Longamente a pele nua . Depois mordi a carne
De maçãs e sonhos: sua alvura porosa.

E deitei-me como quem sabe o Tempo e o vermelho:
Brevidade de um passo no passeio.


Do livro “amavisse”de Hilda Hilst (amavisse, via espessa, via vazia)

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