quarta-feira, outubro 13, 2004


hilda hilst

fosse mais bonita
mas a vida passa
silente sobre nós
sem dar um pio


nos encontrando sós
a mesma ardida brasa
que se abraça à vida
e de repente, estio


vivendo à fundo
amores rasos e fendidos

despetalada1.jpg
feridos na voz que hoje reverso
de verso júbilo merecido


arrosta altivez
a face esbelta
no tropel das rugas
desta fotografia


tão bonita e hoje bela
bebe vinho fuma o vício
bronzeia o arder
de tão ousada pele
na memória de outros corpos
e de vozes apreendidas


assim a vida hilda


veja hilst. a cinza,
paráfrase da fogueira
de uma estrela que veste asa
estórias de espaço, haja tempo...


por isto não há sala
para tanto verso...
e a lareira apagada às suas costas
quem diria?... é metáfora.



hoje, quando soarem os carrilhões batendo as 24 horas, na rádio mec fm, no programa rádio escuta da lilian zaremba, hilda hilst será capturada pela poesia.
outros poetas estarão por lá, costurando com ela. além de um texto de sóter de araujo frança do batata patética .

liliam zaremba: rádio mirabilis
rádio mec: rádio mec

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