domingo, janeiro 30, 2005
a morte do amigo
a paz dos cemitérios. o perfume de flor macerada entremeado à outros cheiros. hoje foi dia de velar amigo. a chuva escorre incansável pelas canaletas das telhas e carregam um fio comprido às vezes interrompido por alguma gota que solitária respinga na calçada, e o fio volta a ser contínuo.
o silêncio na capela. cemitério fica sempre nas áreas menos nobre das cidades, perto dos morros onde barracos de alvenaria se agarram para não cair. e a chuva.
uma irmã está aflita, faz mais de 24 horas que aguardam a sobrinha que vem dos estados unidos, pegou um voo para o méxico, depois cancun, são paulo , finalmente rio de janeiro, pois de lá veio o morto, o beto, filho da terra, mas esqueceram a certidão de óbito e ela ainda teria de encontrar e trazer para que o enterrado vá enfim conviver com sua transmutação em terra.
antonio, que estava na bahia foi avisado em tempo, chegara da alemanha há poucos dias. bailarinho, apresenta-se na europa, amigo do morto. o rio de janeiro parece que se encontra em caxambu. o beto tinha um salão de beleza no leme palace hotel. e não é que no dia 24 de dezembro o beto estava aqui com toda saúde passadno o natal com a família?
dia 31 o avc. carlinhos perdeu vários quilos em dias. nós, os vivos por enquanto, mergulhamos em momentos na instrospecção e em outros na conversa, como se convescote fosse . e o bloshoi de joinville, um luxo que deve fechar as portas, a o salão do beto que carlinhos terá de administrar e morar no rio, deixando caxambu, e o carnaval que este ano periga ser no parque da exposição de animais.
e as empadinhas da padaria da esquina.
e a tarde passa. passaria o mundo em cortejo sob a chuva fina mas a lassidão devora os artelhos, a alma e só os olhos registram. o silêncio dos pássaros nos fios ditando música para a rede de energia.
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