sexta-feira, fevereiro 11, 2005


werther de bergman soriano



imaginem werther andando no meio da multidão, correndo dos carros que o desejam atropelar e fugindo de balas perdidas. sim , werther. o wherter de goethe. o que apaixonado por lotte e não correspondido suicida.

eu tentei fazer este exercício mortal usando como refém de minhas elocubrações o mais executivo dos românticos e como tema de seu amor escolhi lumas, adrianes, lucianas e outros exemplos da beleza nacional, até a iracema de alencar, e concluí que não seria tão disparatada esta situação.


imaginei isto enquanto assistia "a flauta mágica" de mozart, filmada por ingmar bergman com as cenas saturadas de cores, principalmente verdes e vermelhas, remetendo ao mundo barroco. nesta filmagem ele valoriza os rostos, dos que assistem a ópera também, realça a figura, a música, não o cenário. captura expressões realçadas pela saturação do ambiente

o libreto de "a flauta mágica "é de giesecke e schikaneder.

em siegfried, ópera de richard wagner, regida por pierre boulez que rompeu com vários cânones operísticos , pensei que ele reduziria o cenário às proporções humanas . ele foi convidado para reger em bayreuther, santuário wagneriano, e não poderia ousar muito. então, de saída temos uma bigorna imensa e um forno perto do qual o ferreiro parece uma formiga.

mas voltemos a werther. depois da "flauta mágica" filme de bergman, concluo que mesmo neste mundo de vidro, sinais, signâncias, somos incuráveis românticos. todos. porque o romantismo é virtual. ele não pode aproximar-se da realidade que o amesquinha. conquiste seu amor desesperado, viva com ele por uns dias e me conte como acaba a festa.

o amor romântico que herdamos é intocável, inatingível. não é justificativa, mas constatação. para viver a vida acompanhados é necessário que mais do que o amor conte a amizade , o respeito, primeiro o próprio depois.... ai, que já me sinto consultora sentimental.

werther na veia


para aprofundar este momento de profunda reflexão, em que nada, a não ser circunavegações em torno de um mesmo tema me embala há algo melhor do que ouvir waldick soriano? antes um cd de lotte lenya

só desejava entender porque uma tarde com a flauta mágica de bergman remeteu-me a tantas andanças.


September Song

Well, it’s a long, long time
From May to December
But the days grow short,
When you reach September.
And the autumn weather
Turns the leaves to gray
And I haven’t got time
For the waiting game.

And the days dwindle down
To a precious few . . .
September, November . . .
And these few precious days
I spend with you.
These precious days
I spend with you.




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