sábado, fevereiro 12, 2005

poema bobo meu para meus 63 anos



esta letra molhada
que escorre dos lábios
saiba amigo, é da idade.

as pernas antes esguias
de estrias e veias marcadas
é a idade, amiga, idade.

o corpo mais gordo
a cintura indefinida
a ruga que contorna na boca os lados

em tempos um olhar baço
e as palavras, amigo,
da memória fogem com cuidado.

63 anos. até aqui cheguei
cavalgando por matagais
ou acelerando o carro em vicinais

aqui chaguei. houve um momento plano?
não. fiz da vida ladeiras de subida
as da descida, amiga, é para a hora plena:

a da idade, a da idade.


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