porcas e parafusos

feliz aniversário cora rónai





daisetz teitaro suzuki conta a história de um monge budista que passeava no jardim do templo onde habitava e um discípulo aproximou-se dele : -mestre, se soubesse que iria encontrá-lo teria trazido o presente que tenho para o senhor. o mestre respondeu: -ponha-o no chão. e o discípulo replicou: -mestre, eu não o trouxe! então, disse pesaroso o mestre, leve-o embora.

tendo em vista as circuntâncias de tempo e espaço e como acredito que um tucano voa mais rápido por estradas vicinais do céu do que um carro pelas federais, solicitei ao que estava atacando um ninho de bem-te-vis na beira do rio, nos fundos cá de casa, que fizesse o melhor: corresse até sua casa, entrasse pela janela sem assustar os gatos e deixasse no chão uma flor lilás, flor à toa, dessas que dizem ser do mato, uma tutaméia de flor , mas vigorosa, para festejar seu aniversário. foi o que a geada poupou e os dias frios permitem ainda existir.

não escorregue nela, minha amiga, pois ela pouco se destaca. aceite-a. tem perfume de terra, de são joão, dos campos deste brasil, pois ela é como a maria-sem-vergonha; nasce onde um bico de passarinho a deposita. não existe em casas especializadas em vender flores. mas é a preferida da vitrine da natureza. seu nome? ah, quando seca uns a chamam de carrapicho. quando fresca todos sabem que é flor de são joão. além de perfumar leva felicidade .