segunda-feira, julho 25, 2005



pensando bem porque aquilo e não isto?




produzimos pouco porque estamos todos em depressão. o país , e nós somos o país, curte mais de 40 anos de depressão econômica e política e isto nos afeta diretamente. saímos de uma ditadura militar,quando nossa voz foi silenciada, para outra mais cruel: a ditadura econômica. trazemos todas as mazelas em nós e a cada segundo nos é apontado o caminho do êxtase, que é o superlativo do prazer. e o êxtase nos torna consumidores e enganados, além de enganadores, pois a abundância da informação, que se torna mais verdadeira do que a verdade nos encaminha como atores para um jogo de miméses onde simulamos e somos simulados, ou seja, a metástase de nós mesmos. repito e extrapolo aqui conceitos de jean baudrillard e outros pensadores. somos descartáveis quando ficamos sem ter grana para consumir e amamos o amor que necessita de tempo e ócio criativo.

tudo isto exige muito tempo. precisamos correr para estar no supersônico da história e não perder um cêntimo de prazer, mas o prazer que nos é permitido nesta excrescência autenticada do fim de todos os valores. valores, sim! como respirar e sentir ar puro nos pulmões. e para que não percebamos que o ar está despoluído nos fazem divagar em busca de uma pressão ilimitada: a pressuposição da vida, ou seja os anos de brilho de um tempo que nos informaram um dia teríamos.

sem contar, e isto foi afirmado pelos cientistas , contadores do tempo. que perdemos em nossas 24 horas diárias cerca de 6. portanto o dia tem menos seis horas. atribuíram este fato ao maremoto da indonésia que provocou a inclinação maior do eixo a terra.

isto é grave! mas alguém se importa com isto? não. e caminhamos com nossa falta de tempo, e depressões estranhas, as mesmas que existem no planeta quando se movem as placas tectônicas e fazemos mea culpas que não cabem na atual circunstância.

não somos senhores do tempo, não o regemos . e no mais, apenas refletimos o que para nós é jogado e por nós assimiliado sem que sequer tenhamos consciência de tudo isto. caminhássemos para, conscientes de que já estamos quando passamos e o presente se foi, passou, e olhar e contar estrelas seria o indicado.

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