terça-feira, agosto 02, 2005





sei lá, sei lá não sei não


não pedir ao universo nada mais do que transgressão nem é pedir! calar-se seria o caso. pois tudo transgride, tudo ultrapassa as medidas, tudo derrama. enclausure o corpo de um escritor e teremos "memórias do cárcere"; encomende a ele um texto e pode surgir algo como "onde estivestes de noite" ou "água viva". Cancele a voz de um poeta e aparecerá um julinho da adelaide , e canções assim:


Futuros Amantes
(Chico Buarque)

Não se afobe, não
Que nada é pra já
O amor não tem pressa
Ele pode esperar em silêncio
Num fundo de armário
Na posta-restante
Milênios, milênios
No ar

E quem sabe, então
O Rio será
Alguma cidade submersa
Os escafandristas virão
Explorar sua casa
Seu quarto, suas coisas
Sua alma, desvãos

Sábios em vão
Tentarão decifrar
O eco de antigas palavras
Fragmentos de cartas, poemas
Mentiras, retratos
Vestígios de estranha civilização

Não se afobe, não
Que nada é pra já
Amores serão sempre amáveis
Futuros amantes, quiçá
Se amarão sem saber
Com o amor que eu um dia
Deixei pra você.

mas não peça, nunca , nunca, a um escritor que se enquadre pois será burocrática sua escritura. assim como a liberdade, esta que supomos usufruir, é fundamental o humor é primordial. caso contrário o trêfego que dizem ter criado o universo sequer planejaria os humanos, nós, o toque de humor negro definitivo do potencial criador. ao ler rabelais e alfrede harry, enquanto escrfeviam a gênese, numa meticulosa, sonora e profunda gargalhada o produtor de sonhos holywoodianos criou os figurantes deste filme chamado vida.

afinal, o que iria postar mesmo? não eram estas divagações , tenho certeza? afinal, alguém lembra o que estava na minha cabeça?


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