sábado, setembro 17, 2005
além do lobo
a crise do lobo é como a da loba? depois dos 60 anos qualquer crise tem algum chamado, um uivo ou se rotula apenas como senilidade? pois é, creio que os sentimentos, atemporais, na realidade têm idade; fica-se mais cordata, contemporiza-se, com -tempo- riza por que há o tempo já vivido e, de repente, esta pergunta sem sentido, sentida, vivido? gente o que é viver, preciso de uma pista, de um fragmento de sugestão: urgentemente , por favor diga alguém se sabe , ensine o que é viver, o que é vida afinal?
sabe o vazio que nunca foi preenchido? a saudade sempre sentida e não se sabe do quê? conhece a ausência mesmo saciada, a lembrança do lugar onde nunca esteve mas que povoa sua retina, o cheiro que nunca sentiu mas é entranhado nas suas narinas, e a dor pela partida de quem nunca chegou, em nenhum momento esteve, ah,............... conhece? conhece o vazio do completo e o pleno completo vazio da ignorância? sabe da mente dizendo ao corpo ser possível e o corpo tombar na primeira esquina? supor o bisturi na mão para o corte preciso mas costurar com linhas grosseiras para inventar possibilidades.. . eu não sei mais, aliás, não mais nada sei do que, tanto atrevimento, acreditava conhecer...
é preciso solidão e isolamento para reconhecer o corpo que perdeu a juventude, a mente que se atrapalha nas lembranças e esta angústia indizível, das letras que faltam ou sobram em cada escrito. há um tempo, sim! há um tempo em que é necessário aproveitar os últimos raios da lucidez para ferir-se de morte.
há um tempo! antes que, definitivamente, se esqueça que o momento chegou e que nada, absolutamente nada, pode fazer retroceder as horas, os dias, os anos e que a bravura de ontem é a tolerância de hoje. e como é péssimo tolerar!
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