quarta-feira, setembro 21, 2005






"Os Meninos da Rua Paulo"




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reli hoje "os meninos da rua paulo" e resolvi, e por, escrever com letras maiúsculas o que com maiúscula couber. Lição aprendida com o pequeno Nemecsek. Recomeço: Reli hoje "Os Meninos Da Rua Paulo" . A edição da Cosac e Naify é primorosa. O Livro se aconchega na mão, o desenho da capa me remete aos antigamentes quando minha mãe colecionava uns postais alemãs interessantes e cômicos, alguns, outros poéticos à moda rococó. Lembro especialmente de um do qual gostava muito: um homem em cólicas estirado na tábua de passar aquecendo seu ventre com o ferro em brasa.

Nemecsek ficou muito triste quando o consideraram, injustamente, traidor e escreveram numa ata seu nome com letras minúsculas. Maior ofensa não poderia ser feita. E ele , logo ele que nos encaminha junto com Boka a um mundo onde havia honra, amizade e regras, muitas regras que os próprios meninos elaboravam para manter seu comportamento nobre. Lembro do tempo em que comecei a escrever com letra minúscula. Foi na década de 50. Motivada pelo movimento concretista e pela ordem da época em contradizer tudo, sem exceção.

Mas voltando à edição: o que incomoda no texto é o excesso de referências que a todo momento nos remetem ao rodapé. Resolvi ignorará-las para que a leitura fluísse e depois as li. Uma a uma. No posfácio Nelson Archer fala sobre o tradutor, Paulo Rónai e o autor, Ferenc Molnár cujo nome quer dizer Francisco e Molnár, moleiro. E mais, situa o livro no momento em que foi escrito, no entre guerras de libertação da Hungria e compara sua trama com os tempos de hoje. De tarde vi um pouco de CPI.
O mundo mudou demais............

Mas nem sempre foi assim que Molnár se chamou. Nelson Archer conta que seu nome de judeu era Ferenc Neumman e quando houve a integração dos judeus na Hungria, foi necessário adotar um nome magiar , a língua de sua terra natal, que bem poucos não húngaros conhecem e que é defendida como os meninos da rua paulo lutaram pelo seu pedaço de terra, seu grund. À época a Hungria fazia parte do império Austro-Húngaro e Buda, que era o centro medieval do país ficava numa margem do rio Danúbio. Em Buda tudo é montanhoso. Na outra margem ficava Pest, uma cidade pobre, mas plana. Com o tempo as duas cidades foram unidas em Budapest, a capital da Hungria. Uma capital que foi formada há apenas 132 anos junto com a pequena Óbuda. Dividida entre a Europa Ocidental e Oriental e pelo rio Danúbio, hoje tem o lado mais tradicional Buda, e o mais cos- mopolita no Peste. Mais referências, aqui.

Mas esqeucia de comentar uma análise de Archer baseada no relacionamento dos persongens do livro que me deixou a pensar. Segundo ele o que forma o caráter dos jovens não são as relações paternas ou as da escolas. Mas a conviv6encia com seus pares, os demais jovens. "Dizem-me com quem andas que te direi quem és". Será Adelaide?



Os Maias de Eça de Queiróz em Nirtual Books. Sei que nada tem com o assunto tratado. Mas fica a dica.

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