terça-feira, maio 06, 2008

"ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação”.

"ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação”.


a essencial vírgula




portal da propaganda "O Grupo ABC criou a campanha de comunicação dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), comemorado em 7 de abril de 2008. abi

O filme traz o ator Matheus Nachtergaele (que atualmente interpreta um jornalista contra a ditadura na minissérie Queridos amigos, da Rede Globo- já terminou) como locutor do comercial.



abertura da série "queridos amigos" de maria adelaide amaral

As peças criadas para mídia impressa e para as rádios seguem o mesmo conceito criativo. O spot, por exemplo, traz a seguinte mensagem: “A liberdade que esta rádio tem para tocar as músicas que você quer ouvir sem nenhum tipo de censura é um oferecimento de um século de lutas da Associação Brasileira de Imprensa. ABI. Cem anos de luta pela liberdade. E para que ninguém mude nem uma vírgula da sua informação”."




o presidente da abi mauricio azedo que abriu a cerimonia com o comercial vírgula, criado pela áfrica.

maurício azedo.... ele trabalhava no jornal "o fluminense" em niterói e estudava na universidade federal fluminense. eu acabara de sair do doi-códi de são paulo onde ficara presa um bom tempo. lancei um livro de contos patrociunado pela josé olympio. carlos drumond de andrade elogiou. mas o livro só era vendido em noites e tardes de autógrafo. resolvi distribuir para livrarias e só ouvia não. era a época de ouro dos best sellers, sidney sheldon, o escambáu!

criei a feira do autor . acontecia no campo de são bento em niterói. problemas mil. a ditatura nos meus calcanhares. o reitor, geraldo tavares de azevedo me avisa: melhor desistir: coloca em risco sua carreira. a vida era um risco só, risco fino, que rompia fácil. melhor o tombo do que a acomodação. e lá fui eu.

na inauguração maurício azedo sobe num palanque improvisado e inicia um discurso contra a ditadura. seria a pá de cal na feira do autor. implorei que parasse com aquilo, expliquei. quem decidiu a história foi luiza barreto leite, heloisa maranhão e lígia jobim: luíza pegou maurício pela gola e o fez descer e calar na marra. faltou a ele, neste momento, o sentido da pausa, da vírgula, para não acordar o bicho ao cotucá-lo com vara curta.

outro momento foi sua participação no conselho universitário como representante dos estudantes. ele criava caso. reunião na sala do reitor citado acima. a sugestão do almeno, o chefe da asi, assessoria de informação, seria prendê-lo. o reitor concordou.

bati na mesa e chamei a todos de burros. eu era louca, confesso. todos de pé pediam que eu me desculpassem. eu e o reitor estávamos sentados e sentados ficamos. geraldo falou: dona esther deve ter solução. o servente que trazia o cafezinho deixou cair a bandeja.

eu tinha a solução: já que maurício reclamava que os processos não andavam era encarregá-lo de fazer com que encontrassem solução. ele ficou tão ocupado que de nada mais pode reclamar . vivenciou a burocracia. na reunião foi combinado que se não desse certo eu pediria demissão.

deu certo.

obrigada heloise. hoje posso contar o passado e você ajudou-me a recordar.

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