segunda-feira, novembro 03, 2008

li the sound of silence

li the sound of silence



um recado da marcia maia.

e lá: li.li.jpg

em outra saudade dita pela márcia, sobre outro blogueiro encontrei







deixo cair amargura.

olha, nunca senti amargura. sinto , inutilmente, em relação a li

ela morreu sem falar comigo. zangada comigo. eu, sua grande amiga, a que ouvia e contava coisas a que ninguém mais são ditas.

ela telefonava depois das 23 horas. e só desligávamos por volta das 8, 9 horas.
momentos bons de riso, conversa, planos que, na maioria das vezes não se concretizavam, mas em maricota e marocas, mesmo aos trancos, começamos.

ah!... a gargalhada da li ainda ecoa em mim. ela me amava. eu a amava. mas era, como diz , e fez poema, carne de pescoço.

uma palavra dita em concordância com a sua. foi o que bastou. e até hoje não entendo.

foi li quem me apresentou fal.

quantas vezes disse: li, vou aí te buscar para ficar uns dias cá em casa.

cá em casa é bom. há uma paz e uma tranqüilidade de grilos, vento nas árvores, perfume de fruta.

hoje, o sul de minas está mais quente, assim como todo o planeta, e o dia e a noite inteiras cantam cigarras, numa barulheira tão grande, que, às vezes, nem se ouve os sapos e grilos.

antes não tinha cigarra aqui.

é assim.

elas ensaiam o início do canto como se fosse chocalho de cascavel. às vezes até penso que é, porque, este ano, as cascavéis estão vindo aos magotes, uma até picou a mão do vizinho. depois, o som fica áspero, até ganhar o soprano cicio, o que é um baita paradoxo.

mas li nunca veio. sempre uma desculpa. marcava até dia. e desmarcava.

quando recebi por email de da ivy wyler a notícia de sua morte nem sabia que estava doente .

quem a acompanhava ao médico, muitas vezes era silvia chueire , depois soube.

e nunca ninguém me contou nada!

sabia das dores, uma vez, pelo msn a apresentei a marcia maia médica lá no distante recife, quem sabe ela poderia ajudar? sabia das dores... e hoje, como a doença foi rápida em levá-la, sei que já eram do câncer.

ela morreria na mesma, é certo. mas... pelo menos... sei... gostaria de me apaziguar, mas terei de carregar comigo esta dor que é multiplicada ao saber que uma grande, grande, amiga, morreu sem falar comigo.

é preciso ser muito mulher para segurar tão forte dor do parto que nunca ocorrerá. sei que sou.

vejo esta página e o template foi ela quem fez. foi ela quem pediu ao fabinho um espaço para mim no blogbrasil e o uso do sistema de comentários falou e disse no porcas do blogspot, que ela me aconselhou a conservar. o que obedeço até hoje.

em qualquer lugar que navegue pela rede, ou em minhas páginas pessoais, no micro, encontro li. não tem um dia em que deixe de ler seu nome.

a dor da perda é acomnpanhada pelo sentimento de que, já que ela estava zangada comigo, não devo falar sobre ela em público. hoje digo basta. falarei sempre, não mais para dentro. a zanga era dela, não minha.

meu é o vazio, a saudade, a falta, a dor que a ausência provoca. às vezes desejar contar uma coisa, que sei ela daria risada, e não poder, estes sentimentos são meus . e irão comigo até o fim, quando eu morrer também.

com ela aprendi muito. o que sei sobre a rede , ela me ensinou. ela fez meu primeiro blog. eu postava num porcas que eu mesmo pinçara do blogger. ela queria interagir comigo e me ofereceu um template lindo, lilás. aí podíamos conversar. começou assim. bem antes dos 117 mil e tantos visitantes e nem lembro mais qual o ano.

começou assim e, nada termina.


saudades, li.


The sound of silence

"Hello darkness, my old friend,
I've come to talk with you again,
Because a vision softly creeping,
Left its seeds while I was sleeping,
And the vision that was planted in my brain
Still remains
Within the sound of silence.










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