ah, o velho jb e seus poetas!
fernando henrique gonçalves.
meu deus, quem seria este senhor calvo, de mão no peito, mas o gesto... o gesto do gesto ou da gesta, ressuscita que tempo em minha memória? como sabe de mim?
este gesto, não o de levar a mão ao peito mas a forma como a mão segura a mão.
o detalhe dos dedos presos, falange por falange às mãos, sabe tipo de mão que convive com letra? que minuciosa constrói palavra? pois é. pescoço que empurra a cabeça para frente e foge do eixo do corpo. curiosidade, será? meticuloso.
fernando henrique gonçalves, quem é este que me envia emails recordando tempos do velho jb, cita conto meu, é presidente do institulo latino-americano de cultura?
olho-me no espelho. em que ruga está inscrita a história da participação dele em minha vida?
mas o gesto, juro que não me é estranho. passeio os dedos nos sulcos de meu rosto, olho os cabelos brancos na tentativa de buscar o passado no presente.
e eis que, de repente, ele me reporta ao renato thomaz da silva. por que lembrei de renato e o associei ao fernando?
saquei! lembrei.
gente este rosto dele, o meu, não é a estampa que exibíamos. é isto! ele de bastos cabelos negros, a mesma cautela, no entanto, em revelar o gesto que pingava letras, é o fernandinho, o poeta, o poeta! o poeta de circus, de tanto poema magnífico!
fernando.
e retorna o passado, dadauti, helena, renato, rogério, ivan. paulo sergio, quantos morreram desta lista, na minha agenda? dines, clarice, amauri, joão luiz, prata, elcir, a magrinha... gente, tanta gente!
ele reproduz uma brincadeira que brinquei com clarice lispector. dizia eu que o conto estava cansado demais. tão cansado que não precisava de nexo nas palavras para contar a história. e experimentei o equipare arimori isare. ela gostou. pensou. nada disse, mas guardou o conto.
muito mais tarde falou-se sobre ele. do prazer que lhe dava!
um dia lucia miners o publica no suplemento literário da tribuna da imprensa. e nem sei como o conseguiu. creio que foi publicado na revista escrita, também. e na senhor, será? não na senhor eram cartuns? ah e mio cid também, não era este o nome do conto, mas o escrevi por causa de mio cid, doña ximena e jesse james.
ah... fernando, a memória de um tempo regressa.... poeta, poeta. seja bem vindo ao mundo blogueiro que , realmente, busca com afinco "os universais linguísticos" .
te linko e eternizo um espaçotempo. obrigada.
em tempo: entre no hi5. eu e ricardo augusto dos anjos, no hi5, brincamos de poetar, somente cinco versos, com palavras de quatro sílabas no máximo, em recados como estes:
do ricardo.
chuva
chivas
on the
rock
respondi:
chove.
lama
on the
road.
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