domingo, janeiro 11, 2004

suitando......


* "o respeito pelas palavras
aquele que nos faz ouvi-las atentamente,
agudiza-se se as lemos :
verdades em si mesmas.

minha salvação está em pensar que sei
do seu caráter transitório.
ainda que carregue algumas gravadas
a ferro na memória."


silvia chueire

a flavia sugeriu perguntar o abaixo, respondido pela fal. falha da repórter aqui. taí a resposta, flávia.
a eliane stoducto me apresentou ao blog da fal . então , a gente vez por outra se encontra na esquina. senta no bar do ponto, devoro um waflle com farta cobertura de sorvete de morango, pelo menos é o que eu peço. e o papo rola. depois, por isto estou engordando feito louca, chega o pato e ficamos de lero. aliás a primeira entrevista desta série foi com o pato e preciso suitar o menino , pois ele não foi perguntado, e por isto não respondeu sobre suas atividades em teatro.

e quer saber do que mais? nunca vi tanta gente comentando por aqui... sei que fazem parte do fã clube da fal. mas foi um prazer e voltem sempre.

peraí: antes vamos lembrar que o tintin, famoso jornalista sem fronteiras, personagem do belga herge, completou ontem 75 anos. o jovem jornalista, personagem de quadrinhos criado pelo cartunista belga herge em 1929, faz sucesso até hoje com suas aventuras ao redor do mundo. entre as várias homenagens, o repórter teve sua própria moeda de 10 euros cunhada e apresentada na quinta-feira, em bruxelas.

tintin recebeu edição especial na sexta feira, dia 9, de vários jornais europeus e o francês le figaro dedicou a ele 114 páginas e 250 ilustrações.
"não se esqueça de que tintin era um jornalista", diz ivo vandekerckhove, editor do jornal het belang van limburg. "ele nasceu em um jornal, é feito para eles". tintin apareceu pela primeira vez no jornal le xxme siècle, de bruxelas, em 10 de janeiro de 1929.


a suite

fal diz:
quérida obrigada
fal diz:
ficou uma maravilha
esther maria diz:
eu quem agradeço o prazer do papo. mas tem um pedido lá para perguntar sobre seu método de trabalho e sobre o ale. aliás, ontem, visitando uns flogs indicados por você creio que vi uma foto do ale? ou me engano?
fal diz:
não, do ale num tem na rede não
fal diz:
tem outras duas moças casadas com alexandres, deve ser isso
esther maria diz:
como foi seu encontro com ele?
fal diz:
hahahahah, vc quer saber?
fal diz:
ai deus, hohohohohoh
esther maria diz:
pediram pra perguntar. eu obedeço. e queero saber
fal diz:
bão.... eu tinha decidido que ia ficar sozinha pra sempre, que não queria mais saber de homem, que eram todos uns canalhas e tal. aí um dia, estou numa livraria, um 5 de junho, sábado de manhã. a dona da livraia me mostrou, lá de longe, um livro maravilhoso, sobre shakespeare, ilustrações alemãs, um treco pra colecionador rico. eu brinquei com ela que segunda feira assaltava um banco e depois
fal diz:
passava lá, aquelas coisas.
fal diz:
um moço que estava no setor de livro de arte da livraria também fez uma piadinha, a gente riu, eu paguei, me despedi e fui embora. perceba: sábado de manhã, um moço de bermudas e meias brancas até os joelhos (ai deus, ele ainda usa isso), numa livraria em higeanópolis, dando mole no setor de livros de arte? eu achei que ele foss viado, achei o menino um amor.
fal diz:
no fim da tarde ele me liga: tinha pedido meu telefone pra dona da livraria. convidou prum café no domingo de manhã.
fal diz:
e eu fui, achando que ele queria conversar, toda fliz, falando porra, parece filme, fazer amigo em livraria!
fal diz:
uma semana depois eu tava morando com ele
fal diz:
quase cinco anos juntos.
esther maria diz:
e como foi o primeiro papo. pergunta cretina. mas dada a rapidez dos finalmente, cabe...
fal diz:
foi lindo
fal diz:
foi... não sei bem descrever... foi como falar com seu melhor amigo, com alguém que sabe da sua vida, da sua história, do que vc sente. ficamos umas quatro horas conversando. eu achei que meu coração ia parar. ainda acho, sabe?
esther maria diz:
que livro ele estava vendo. de arte. sobre o que?
fal diz:
um livrão sobre ruínas romanas, acho.
esther maria diz:
qual a profissão dele?
fal diz:
o alexandre fez engenharia aeronáutica no ita, depois de estudar anos com os beneditinos de olinda. brilhante, brilhante. e agora ele trabalha com sistemas e processo de computador. um treco complicado, ele ri "como vc não sabe o que eu faço??", mas é complicadíssimo, eu não tenho alcance, um negócio de documentação, afe. ele trabalha numa consultoria.
esther maria diz:
ele é de olinda?
fal diz:
não, ele é de garanhuns, saiu de lá aos 13 pra ser bolsista com os padres
esther maria diz:
ih ! meu primeiro marido era de garanhuns...
fal diz:
hehehehe, não, azevedo da mamãe dele, dona mabele, e cardoso do papai.
esther maria diz:
fale, por favor, do seu método criativo. pergunta da flavia
fal diz:
método criativo? uia, sei lá, boa pergunta. o que será que a flávia quer saber? eu sigo horários, certo? casa de manhã, computador de tarde, a não ser quando algum prazo aperta, aí é computador o dia todo e o alexandre come sanduba e vai pro trampo de camiseta, huahuahua! eu anoto tudo, tudo, ando com mil bloquinhos, gravadorzinho, qrr fiapo vira uma idéia, pq na verdade, eu só sei escrever sobre
fal diz:
isso aqui, o que a gente vive, o que a gente faz, me interessa, mesmo, é esse universo mais íntimo, mais pessoal, mais de cada um. eu não quero muito falar da vida da pessoa, eu prefiro falar do dia dela. e mais ainda, daquele pequeno gesto, do suspiro, do exato momento em que ela sentiu, fez isso ou aquilo. então eu anoto tudo, a roupa da pessoas no supermercado, uma palavra sua que me chama
fal diz:
atenção, um nome, uma historinha
fal diz:
será que método é isso?
fal diz:
eu num sei muito bem o que é isso.
esther maria diz:
registro do cotidiano. ou seja, o universal contido no pessoal.
fal diz:
isso esther!!! é isso
fal diz:
nada como saber usar as palavras
esther maria diz:
hoje a busca do cotiano é grande principalmente pela história oral. só o cotidiano nos conta a verdadeira história. nada de registros cartoriais ou de jornais. é a história de cada um fazendo a história de um povo.
fal diz:
ah, querida, eu também acredito nisso, sabe?
esther maria diz:
para vocês, poetas do dia-a-dia, há dimensão de beleza nos fatos. há a alegria acri-doce dos desencontros das desilusões, dos encontros como o seu e do alexandre etc...
aliás você já está virando suite. em todos os sentidos.
fal diz:
oh, esther, vc num existe.
esther maria diz:
me conta, como está o dr. antão? anda meio sumido...
fal diz:
ohohohoho, é mesmo, esther!!! o dr. antão!!! tinha esquecido dele. ele deve estar em guarapari com a senhoura dele, mas tão logo ele volte, ele nos brindará com um dos seus textos arrojados, hohohoohoh
esther maria diz:
os conselhos dele são sábios...
fal diz:
ele é um visionário, um sábio.
esther maria diz:
cá pra nós você anda querendo uma "baciada de criança bonita", né mesmo?
fal diz:
muié, em breve, vamos ver. por enquanto eu me contento em ver os filhos lindos dessa mulerada da internet. credo, como blogueira tem fio bonito.
esther maria diz:
e o dr. reis. quem é?
fal diz:
o dr. reis é o eduardo almeida reis, um dos mais brilhantes escritores desta terra. ele é carioca, mas mora em bh e escreve no jornal hoje em dia.
esther maria diz:
não passa por aqui este jornal....
fal diz:
menina, depois eu te dou o linque, o almeida reis é sensacional, e o jornal tem uma pá de escritores incríveis. ah, e o reis tem muitos livros tb, os que eu mais gosto são "amor sincero custa caro", "burrice emocional"e um romance bótemo "bumerengue"
fal diz:
epa "bumerangue"
esther maria diz:
é bom amar, né fal. eu já esqueci como é. falo destes amores que arrepiam a medula. calafrio nos pés, o escambáu
fal diz:é maravilhoso
fal diz:é... revelador
esther maria diz:
que você continuem com este amor lindo. fico de torcida também.
fal diz:
amar é sempre revelador. o quintana dizia "amar é mudar a alma de casa'... e é mesmo
fal diz:
amém, querida. eu tb torço. nem lembro como eu vivia antes disso.

* coloquei uma epígrafe para esta matéria, aliás para esta série de entrevistas que pretendo fazer na rede, que diz melhor do que eu diria sobre o respeito pelas palavras . é da silvia chueire.

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