domingo, maio 11, 2008

envelheci

envelheci



a gente percebe que envelheceu aos poquinhos. uma coisa aqui, outra mais à frente, e de repente a luzinha do professor pardal acende diante de nossos olhos. ando assim. devagar a consciência vem e avisa ao meu corpo. sei que é um processo natural, infância, juventuda, meia-idade e velhice. depois a morte. deveria ser como no "estranho caso de benjamim button
de scoot fitzgerald.

o personagem nasce velho, fumando charuto e vira feto no útero na mãe.

foi bem depois do tombo do cavalo quando quebrei costelas, dedos do pé, da mão e a perna. que dei pelo irremediável. o problema ainda é a perna. dói. e dói muito.

a parte quebrada foi a fíbula,f%EDbula.jpg antigamente chamada de perônio, é um osso longo situado na face lateral da perna, da qual constitui o esqueleto, junto com a tíbia. quebrou perto do joelho e, segundo o médico, não deveria engessar. agora eu manco. e dói muito. como dói!

mas há outro problema, hoje ao conversar com a fal e contar um caso ela disse que eu já havia falado sobre ele. e isto se repete muitas vezes. olha que leio muito, uso internet, jogo no micro e ainda me repito. este é o momento mais trágico: quando você não lembra que já contou uma coisa e a repete ad eternun.

as manchas de ferrugem nas mãos, uma lerdeza tropical em fazer as coisas, e lembrar que não sonha mais nem pode montar num cavalo que dói muito. emagreci fazendo uma reeducação alimentar, mas o rosto desaba, a carne flácida e os fios brancos no cabelo aumentam. não me penso mais jovem, porque o corpo não acompanha a mente. a imagem que tenho de mim ainda é difusa. não consgo me ver como idosa, mas também sei que a juventude se foi e os limites do corpo esbarram no meu desejo de fazer o que mais não posso. e as rugas....

não sei costurar, fazer crochê, nem tricot. só sei ler, criar cavalos e tomar cuidado para não escorregar na terra e levar um tombo como na semana passada quando devo ter amassado uma cinco vértebras. devo não, realmente as comprimi. é preciso redobrar nos cuidados. na realidade, envelheci.

que mantenha a dignidade, no mínimo.

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